O deputado federal bolsonarista Otoni de Paula (PSC-RJ) comentou as buscas realizadas em sua casa nesta sexta-feira, 20. Em “live” realizada nas redes sociais pela manhã, ele indicou que foi intimado a comparecer à Polícia Federal para prestar depoimento. Ele chamou o ministro do STF Alexandre de Moraes de “tirano” e garantiu que manterá a sua postura, considerada suspeita de incitar atos contra a democracia.

A Polícia Federal (PF) faz buscas na manhã desta sexta-feira contra o deputado e o cantor Sérgio Reis. As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, a pedido da Procuradoria-Geral da República. De acordo com a PF, o objetivo das medidas “é apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes”.

A investigação está relacionada à promessa de greve nacional de caminhoneiros, feita em áudio e vídeo atribuídos a Sérgio Reis. De acordo com o cantor, aliado do presidente Jair Bolsonaro, o ato seria contra os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal. Lideranças dos caminhoneiros afirmam que o artista não os representa.

Durante a transmissão ao vivo, Otoni de Paula afirmou que a Polícia Federal apreendeu um celular e um notebook em sua casa e entregou a ele uma intimação de comparecimento à instituição para prestar depoimento. O deputado também levantou a possibilidade de ser preso. “Estamos vivendo em estado de exceção no Brasil. Portanto, você pode ser preso”, disse. “Mas não temos medo da tirania, seja ela de quem for, inclusive do senhor tirano ministro Alexandre de Moraes. Que postura antidemocrática que vossa excelência tem tido”, disparou.

Ofensas

O deputado bolsonarista já foi denunciado por difamação, injúria e coação contra o ministro do STF em razão de vídeos em que chamou Alexandre de “déspota”, “lixo” e “esgoto do STF”. Além de ser alvo de tal processo, no âmbito criminal, Otoni foi condenado a indenizar o ministro do STF em R$ 70 mil em razão de ataques nas redes sociais em que chamou Alexandre de “cabeça de ovo” e “cabeça de piroca”.