A braço direito da opositora venezuelana María Corina Machado denunciou, nesta quinta-feira (21), que o governo do presidente Nicolás Maduro “age a partir da mentira e da repressão” ao pedir sua prisão por suposta conspiração.

Magalli Meda tem um mandado de prisão pelo suposto planejamento de “ações desestabilizadoras”, emitido um dia antes do início do processo de inscrição para as eleições de 28 de julho, nas quais Maduro busca um terceiro mandato de seis anos.

Meda, de fato, era cogitada como alternativa a Machado, que está inabilitada por 15 anos e não poderá ser candidata.

“O regime age a partir da mentira e da repressão. Hoje nosso país avança junto com sua gente decente, que somos absolutamente a maioria. A liberdade da Venezuela vem em eleições livres com María Corina Machado nos guiando”, escreveu Meda na rede social X.

Outras seis pessoas próximas a Machado também estão sendo procuradas, enquanto dois líderes nacionais de seu partido, Henry Alviárez e Dignora Hernández, foram detidos.

No total, sete colaboradores de Machado foram detidos. Um deles, Emil Brandt, em uma suposta confissão gravada, vincula outros líderes com o complô contra Maduro.

Machado, que denunciou uma “repressão brutal” contra sua equipe, aparece como favorita nas pesquisas para derrotar Maduro. Mas sem chance de ser candidata, a oposição agora tem até segunda-feira para inscrever um candidato, uma decisão que deverá ser tomada com muito cuidado para evitar que o escolhido também seja vetado.

Líderes distanciados da oposição tradicional, muitos rotulados como colaboradores do chavismo, inscreveram mais cedo suas candidaturas perante o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) oficialista.

Luis Eduardo Martínez, de uma ala do tradicional partido Ação Democrática, e Daniel Ceballos, um ex-prefeito que foi preso político, apresentaram a ata de candidatura às autoridades.

“Anunciamos na semana passada que íamos esperar que a candidata [Machado] fosse à inscrição que prometeu”, disse Ceballos aos jornalistas.

“Não podemos esperar que nos apresentem um dia de cada vez”, acrescentou em referência a uma declaração da líder nos últimos dias.

Machado, por sua vez, denunciou que os partidos que a apoiam não conseguiram entrar no sistema de inscrição.

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