SÃO PAULO, 19 NOV (ANSA) – Atacada pelo presidente Jair Bolsonaro durante a COP26, a ativista indígena Txai Suruí participou nesta sexta-feira (19), em Estocolmo, de um protesto pelo clima com a sueca Greta Thunberg.   

“Greve estudantil, semana 170”, escreveu Greta no Twitter. A mensagem é acompanhada de uma foto que a mostra ao lado de Txai, que segura um cartaz com a frase “Povo pelo futuro”, e outros ativistas.   

Indígena do povo paiter suruí, Txai tem 24 anos e cresceu em uma reserva em Rondônia, tornando-se uma importante voz em defesa das comunidades nativas.   

Em seu discurso na abertura da COP26, em Glasgow, a ativista alertou que os povos indígenas estão “na linha de frente da emergência climática” e precisam ser colocados “no centro das decisões” dos líderes mundiais contra o aquecimento global.   

“Nós temos ideias para adiar o fim do mundo. Vamos frear as emissões de promessas mentirosas e irresponsáveis, vamos acabar com a poluição das palavras vazias e vamos lutar por um futuro e um presente habitáveis”, disse Txai na ocasião.   

Além disso, acusou os líderes de “fecharem os olhos para a realidade” e denunciou o assassinato de ativistas na Amazônia, como seu amigo Ari Uru-Eu-Wau-Wau, morto em abril de 2020.   

Dois dias depois do discurso de Txai, Bolsonaro, reclamou que “levaram uma índia para atacar o Brasil” na COP26, mas sem citar a ativista nominalmente.   

“Alguém viu algum alemão atacando a energia fóssil da Alemanha? Alguém já viu atacando a França porque lá a legislação ambiental não é nada perto da nossa? Ninguém critica o próprio país.   

Alguém viu americano criticando as queimadas no estado da Califórnia? É só aqui”, disse o presidente. (ANSA).