Guilherme Amado Coluna

Coluna: Guilherme Amado, do PlatôBR

Carioca, Amado passou por várias publicações, como Correio Braziliense, O Globo, Veja, Época, Extra e Metrópoles. Em 2022, ele publicou o livro “Sem máscara — o governo Bolsonaro e a aposta pelo caos” (Companhia das Letras).

Alvo da PF, deputado informou ao TSE ter empobrecido em mandato na Câmara

Júnior Mano, do PSB do Ceará, disse ao TSE em 2022 que tinha patrimônio 83% inferior ao da eleição anterior, em 2018

Pablo Valadares / Câmara dos Deputados
Deputado Júnior Mano (PL - CE) Foto: Pablo Valadares / Câmara dos Deputados

Alvo de uma operação da Polícia Federal por suspeitas de desvios em emendas parlamentares, nesta terça-feira, 8, o deputado cearense Júnior Mano, do PSB, é um caso raro na política: ao se candidatar para seu segundo mandato na Câmara, em 2022, ele informou ao TSE não um avanço, mas uma redução de 83% em seu patrimônio em relação à eleição anterior, em 2018.

Em 2022, candidato pelo PL, Mano disse ser dono de R$ 371,5 mil em bens: R$ 20 mil em dinheiro vivo; R$ 311,5 mil em uma caminhonete Hilux ano 2019; e R$ 40 mil em participação na empresa GJM Distribuidora Ltda.

Quatro anos antes, quando concorreu pelo Patriota e foi eleito deputado pela primeira vez, o parlamentar havia apresentado um patrimônio de R$ 2,1 milhões. A lista incluía R$ 1,4 milhão em cotas empresariais; um carro de R$ 200 mil; um apartamento de R$ 400 mil; três terrenos avaliados em R$ 65 mil no total; R$ 65,9 mil em um consórcio não contemplado; e R$ 17 mil em aplicações e investimentos.

A relação milionária de bens do deputado em 2018 havia representado um avanço de 85% em relação ao patrimônio de R$ 1,1 milhão informado dois anos antes, em 2016, quando Júnior Mano foi eleito vice-prefeito de Nova Russas (CE) pelo MDB.

Nesta terça, a Operação Underhand, da PF, cumpriu mandados de busca no gabinete e em endereços ligados a Mano. O inquérito apura suposto envolvimento do deputado e outros políticos cearenses em fraudes em licitações e contratos.

Os investigadores apontam que o parlamentar tinha papel de liderança na manipulação de emendas parlamentares destinadas a pelo menos 50 municípios do Ceará.