Alvo de uma operação da Polícia Federal por suspeitas de desvios em emendas parlamentares, nesta terça-feira, 8, o deputado cearense Júnior Mano, do PSB, é um caso raro na política: ao se candidatar para seu segundo mandato na Câmara, em 2022, ele informou ao TSE não um avanço, mas uma redução de 83% em seu patrimônio em relação à eleição anterior, em 2018.
Em 2022, candidato pelo PL, Mano disse ser dono de R$ 371,5 mil em bens: R$ 20 mil em dinheiro vivo; R$ 311,5 mil em uma caminhonete Hilux ano 2019; e R$ 40 mil em participação na empresa GJM Distribuidora Ltda.
Quatro anos antes, quando concorreu pelo Patriota e foi eleito deputado pela primeira vez, o parlamentar havia apresentado um patrimônio de R$ 2,1 milhões. A lista incluía R$ 1,4 milhão em cotas empresariais; um carro de R$ 200 mil; um apartamento de R$ 400 mil; três terrenos avaliados em R$ 65 mil no total; R$ 65,9 mil em um consórcio não contemplado; e R$ 17 mil em aplicações e investimentos.
A relação milionária de bens do deputado em 2018 havia representado um avanço de 85% em relação ao patrimônio de R$ 1,1 milhão informado dois anos antes, em 2016, quando Júnior Mano foi eleito vice-prefeito de Nova Russas (CE) pelo MDB.
Nesta terça, a Operação Underhand, da PF, cumpriu mandados de busca no gabinete e em endereços ligados a Mano. O inquérito apura suposto envolvimento do deputado e outros políticos cearenses em fraudes em licitações e contratos.
Os investigadores apontam que o parlamentar tinha papel de liderança na manipulação de emendas parlamentares destinadas a pelo menos 50 municípios do Ceará.