O líder do Podemos, Álvaro Dias (Podemos-PR), disse ser contra a votação da Medida Provisória da Eletrobras e recomendou à sua bancada que vote pela rejeição da proposta no Senado. Para ele, a sociedade não foi ouvida. “Estamos deliberando sobre um monstrengo”, afirmou. “Sugiro ao governo que reinicie esse processo por meio de instrumento legítimo.”

Para Dias, os jabutis – emendas estranhas ao projeto original – vão incentivar a produção de uma energia suja e mais cara. Sobre a necessidade de construção de gasodutos para permitir a construção de termelétricas em locais sem essa infraestrutura e sem reservas, ele foi irônico. “Isso fará com que o consumidor pague pelo passeio da energia de longa distância”, disse, em referência à necessidade de construção de linhas de transmissão para escoar essa energia.

Alguns senadores relataram que o senador Marcos Rogério (DEM-RO) acaba de enviar o parecer da MP aos parlamentares, mas vários afirmam não ter recebido o texto.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-RO), disse que vai manter os debates por mais um tempo até que seja possível decidir se o texto será votado nesta quarta, 16, ou na quinta, 17.

O líder da Minoria, Jean-Paul Prates (PT-RN), também cobrou mais tempo para a discussão da proposta. Ele disse ainda que o episódio de falta de energia no Amapá nesta tarde não está relacionado à Eletronorte e, portanto, não pode ser usado para justificar a privatização da Eletrobras.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também pediu o adiamento da votação da MP. Ele disse que, no intervalo de sete meses, é o quinto apagão no Estado, e afirmou que a Eletronorte informou não ser responsável pelo apagão. “As causas já sabemos, são as mesmas do primeiro apagão de novembro, de uma empresa privatizada”, afirmou.