Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) continuam a manter a paralisação das aulas, enquanto aguardam uma nova rodada de conversas com a reitoria, marcada para ocorrer amanhã. Ontem, assembleia discutiu os rumos do movimento, iniciado na FFLCH (Butantã) e que já atinge as principais unidades da capital paulista, incluindo Direito, Medicina e USP Leste.

No fim da semana passada, os diretores divulgaram uma carta aberta à sociedade em que defendem a atual gestão e dizem que há em curso um “programa ambicioso de renovação do quadro docente”. Como mostrou o Estadão, em uma década, a USP perdeu cerca de 800 professores, após anos sem novas contratações em virtude da crise financeira e da proibição a concursos na pandemia. Em 2022, a reitoria havia autorizado contratar 879 profissionais, de forma escalonada, até 2025, mas adiantou as vagas para este ano após pedidos e pressões.

Mesmo assim, os ânimos não se acalmaram e a greve explodiu. Alunos que lideram o movimento e parte dos professores veem o plano como insuficiente e cobram mais agilidade nas soluções. Os estudantes à frente da greve dizem que a ação é “justa”, “necessária” e negam agir com violência.

A última negociação ocorreu no dia 28, quando o comando grevista apresentou 23 demandas, divididas em cinco eixos. Allan Terada, do DCE-Livre, disse ao Informativo Adusp Online (dos professores) que não se conseguiu “sair do primeiro ponto”, em referência apenas ao avanço nas contratações. “Ou seja: a Reitoria ainda não está disposta a ouvir, mas estamos dispostos a subir o tom se necessário.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.