Os incêndios florestais no Círculo Ártico, que afetam principalmente o território russo, liberaram o terceiro maior nível de emissões de carbono para o mês de junho em duas décadas, informou nesta quinta-feira o observatório europeu do clima Copernicus.

Os incêndios acontecem após um mês de maio quente e seco nestas regiões, condições que estão se tornando mais graves devido às mudanças climáticas provocadas pelo ser humano, segundo o observatório.

Um total de 6,8 megatoneladas de emissões de carbono foram liberadas até 26 de junho, o maior nível durante este mês, após as 16,3 megatoneladas registradas em junho de 2020 e 13,8 megatoneladas em 2019, segundo o Copernicus.

A república siberiana de Sakha, na Rússia, foi a mais afetada. As autoridades locais declararam estado de emergência em 11 de junho, com o início dos primeiros focos de incêndio.

“O Ártico é o epicentro da mudança climática e os crescentes incêndios florestais na Sibéria são um sinal claro de que este sistema essencial está se aproximando de pontos críticos perigosos”, disse Gail Whiteman, professora da Universidade de Exeter, no Reino Unido, e fundadora do grupo de especialistas Arctic Basecamp.

“O que acontece no Ártico não fica ali. A mudança no Ártico amplifica os riscos globais para todos nós”, completou.

Os incêndios florestais emitem gases do efeito de estufa que aquecem o planeta, incluindo dióxido de carbono (CO2), o que reduz a qualidade do ar.

A fumaça emitida pelas chamas também se deposita no gelo, reduzindo sua capacidade de refletir a radiação solar.

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