Alto Comissário da ONU denuncia ‘retórica genocida’ de Israel sobre Gaza

O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos criticou nesta segunda-feira a “retórica genocida” das autoridades israelenses sobre Gaza e pediu à comunidade internacional que impeça um genocídio no território palestino.

“Estou horrorizado com o uso aberto da retórica genocida e a vergonhosa desumanização dos palestinos por funcionários de alto escalão israelenses”, disse Volker Turk na abertura da 60ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.

Turk afirmou que Gaza, um território palestino ocupado, virou um “cemitério” após quase dois anos de guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas.

“O assassinato em massa de civis palestinos em Gaza por Israel, o sofrimento indescritível infligido e a destruição em massa, o bloqueio de ajuda humanitária necessária para salvar vidas e a consequente fome da população civil, o assassinato de jornalistas, funcionários da ONU e trabalhadores de ONGs e a prática de crime de guerra após crime de guerra estão chocando a consciência do mundo”, disse o Alto Comissário.

A guerra em Gaza começou após o ataque sem precedentes do Hamas em 7 de outubro de 2023 contra o território de Israel.

O ataque dos milicianos islamistas deixou 1.219 mortos em Israel, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.

A ofensiva israelense deixou mais de 64.300 mortos em Gaza, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, sob a autoridade do governo do Hamas, cujos dados são considerados confiáveis pela ONU.

Turk afirmou que a comunidade internacional está “falhando em seu dever” com a população de Gaza.

“Onde estão as medidas decisivas para prevenir o genocídio?”, questionou, antes de exigir que os países façam mais para “evitar crimes atrozes”.

“Devem interromper o fluxo de armas para Israel que podem violar as leis da guerra”, afirmou.

“Precisamos de ação agora para acabar com a carnificina”, concluiu.

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