O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) caiu 1,10% em julho, metade da queda registrada em junho, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com esse resultado, o índice acumula variações negativas de 5,20% no ano e de 7,89% em 12 meses. Em julho de 2022, o índice havia subido 0,60% no mês e acumulava elevação de 10,87% em 12 meses. A gasolina e o minério de ferro foram alguns dos itens que ajudaram a segurar a queda da inflação, segundo a FGV.

“A aceleração do preço do minério de ferro (de -8,04% para 3,19%) e as quedas menos intensas registradas para o milho (de -15,63% para -9,49%) e para a soja (de -5,16% para -3,07%) contribuíram para o avanço da taxa do índice ao produtor. No âmbito do consumidor, a principal contribuição para a aceleração do IPC partiu da gasolina (de -3,20% para 2,26%), cujo aumento ocorreu pela volta da cobrança de impostos federais (PIS e Cofins)”, explica André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV.

Na construção civil, o índice recuou devido à desaceleração dos reajustes captados para a mão de obra (de 2,27% para 0,28%).

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 1,54% em julho. No mês anterior, o índice havia registrado taxa negativa de 3,14%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais variaram de uma queda de 1,01% em junho para queda de 0,97% em julho.

“A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -2,21% para 0,49%. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,52% em julho. No mês anterior, a taxa foi de -0,03%”, disse a FGV em nota.

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de -3,36% em junho para -1,31% em julho. A principal contribuição para este movimento partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de queda de 12,77% para recuo de 2,77%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 1,08% em julho, contra queda de 1,68% no mês anterior.

As principais contribuições para a taxa menos negativa do grupo Matérias-Primas Brutas – que passou de -5,00% em junho para -2,38% em julho -, partiram principalmente dos itens: minério de ferro (-8,04% para 3,19%), milho em grão (-15,63% para -9,49%) e soja em grão (-5,16% para -3,07%). Em sentido descendente, os movimentos mais relevantes ocorreram nos seguintes itens: leite in natura (0,34% para -7,47%), café em grão (-5,57% para -10,99%) e cana-de-açúcar (1,44% para 0,15%).

A estabilidade com viés de alta do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que variou 0,02% em julho, após queda de 0,18% em junho, se deveu à alta de preços de quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (-1,93% para 0,99%), Transportes (-1,23% para -0,16%), Comunicação (-0,06% para 0,14%) e Alimentação (-0,21% para -0,17%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: passagem aérea (-11,47% para 5,50%), gasolina (-3,20% para 2,26%), tarifa de telefone móvel (-0,28% para 0,10%) e hortaliças e legumes (-2,47% para 2,73%).

Em contrapartida, os grupos Habitação (0,79% para -0,24%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,49% para 0,15%), Despesas Diversas (0,63% para 0,15%) e Vestuário (0,40% para 0,31%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (1,42% para -0,85%), plano e seguro de saúde (1,04% para 0,38%), jogo lotérico (7,32% para 0,00%) e serviços do vestuário (-0,38% para -1,11%).

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,01% em julho. No mês anterior, a taxa foi de 1,19%. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de junho para julho: Materiais e Equipamentos (0,10% para -0,22%), Mão de Obra (2,27% para 0,28%) e Serviços repetiu a taxa do mês anterior de 0,32%.