BRASÍLIA (Reuters) – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira que a inflação no Brasil é impactada pela recente alta nos preços de petróleo e questões climáticas, com fortes chuvas em regiões do Brasil e seca em outras áreas.

Em evento promovido pelo Santander, Campos Neto disse que esses fatores já provocaram um pequeno crescimento das expectativas de mercado para a inflação e serão levados em consideração nas análises do Banco Central.

Campos Neto disse ainda que a inflação acumulada em 12 meses pode ter atingido seu pico, iniciando movimento de baixa.

“Sobre a inflação no Brasil, achamos que, quando olhamos o acumulado em 12 meses, estamos perto do máximo, começamos a ver recuo”, disse.

Segundo ele, o Brasil enfrenta um momento de inflação alta associada a uma inflação importada, fator relacionado ao patamar de preços no exterior e taxa de câmbio.

Campos Neto também afirmou que a dinâmica eleitoral neste ano mostra uma situação muito polarizada, mas que os candidatos estão tentando se mover para o centro, o que já refletiu no mercado.

O presidente do BC voltou a dizer que o Brasil tem tido crescimento estrutural baixo e que o mercado vê essa dificuldade.

“Quando você olha as pesquisas, as pessoas esperam que o crescimento estrutural seja menor. Eu acho que isso vem do fato de que, quando você olha para o curto prazo ou mesmo o longo prazo, o Brasil não tem conseguido mostrar capacidade de crescer de forma sustentável”, disse.

(Por Bernardo Caram)

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