São Paulo, 27/05 – A Beckhauser, uma das principais fabricantes de troncos de contenção e balanças para bovinos do País, sediada em Paranavaí (PR), tem se beneficiado da valorização da arroba, observada desde o ano passado. A firmeza no mercado do boi gordo funciona como um estímulo para que o criador invista mais em tecnologia – no caso da empresa, principalmente em troncos de contenção -, comenta a vice-presidente da Beckhauser, Mariana Beckheuser, em entrevista ao . Mariana participou nesta semana do lançamento da Intercorte, evento voltado à cadeia da pecuária de corte do País, a ser realizado entre os dias 16 e 17 de junho, no Pavilhão da Bienal, no Ibirapuera, na capital paulista. De 2014 para 2015, quando a arroba começou a se valorizar, o crescimento médio nas vendas da empresa paranaense foi de 38%. “Se levarmos em conta apenas a linha de troncos automatizados, sem necessidade de manejo manual, tivemos um salto de 108% nas vendas neste período”, diz Mariana, confirmando a maior disposição do pecuarista em adotar tecnologias avançadas, já que o tronco automatizado é mais sofisticado, garantindo maior eficiência no trabalho, bem-estar animal, menos estresse aos bovinos e menor risco de lesões ao couro e à carcaça do animal. Desde 2005, quando o tronco automatizado foi lançado, a Beckhauser viu as vendas deste equipamento praticamente dobrarem ano a ano. Já as vendas gerais da companhia, que faturou em 2015 R$ 23 milhões, avançaram 20% ao ano no período, reflexo que, muito além da alta da arroba, o pecuarista tem se interessado em investir mais em tecnologia. “Temos visto também que o aumento na busca por troncos de contenção está relacionado à falta de mão de obra no campo”, complementa a executiva, acrescentando que o manejo dos animais por meio do tronco requer muito menos força física, permitindo que mulheres também lidem com o rebanho no curral. O tronco de contenção é uma instalação fixa. Serve, como o próprio nome infere, para conter bovinos para a realização de diversos tipos de manejo, como vacinação, inseminação artificial, aplicação de medicamentos, pesagem, casqueamento, etc. Pode ser considerado um adicional tecnológico nas propriedades, já que várias dessas operações em propriedades com menos tecnologia costumam ser feitas em instalações improvisadas, dentro dos currais, ou em corredores de madeira. Para a vice-presidente da Beckhauser, nem mesmo a alta de custos de produção – principalmente o milho, de uns meses para cá – tem inibido investimentos por parte dos pecuaristas no equipamento fabricado pela companhia. “Justamente quando a margem de lucro aperta é que o produtor tem de se tecnificar, aumentando o rendimento do trabalho – e o tronco de contenção é perfeito para acelerar o trabalho de curral”, finaliza a executiva. A Beckhauser participará da Intercorte com o Caminho do Boi, projeto que percorre o mesmo caminho de um bovino, em todas as etapas, até ele se transformar em carne, do pasto ao prato. O trajeto, conforme a empresa, aborda também genética, nutrição, infraestrutura e manejo, sanidade, reprodução, sustentabilidade, sistemas de produção, bem-estar, gestão, transporte, indústria e mercado da carne, por meio de uma mostra interativa. O Caminho do Boi foi montado pela primeira vez na Feicorte em 2011, em São Paulo (SP) e, por último, na Agrishow de 2015, em Ribeirão Preto (SP).