Maiara anunciou recentemente o diagnóstico de alopecia. A cantora, entretanto, não é a única famosa com a doença, outros nomes como Maraisa, Jada Pinkett Smith, Deborah Secco, Eslovênia Marques, Juliette, Naomi Campbell e Britney Spears também perderam cabelo com a condição.

Existem diferentes tipos de alopecia, são elas: androgenética, areata, cicatricial, frontal fibrosante, por tração e eflúvio telógeno. Contudo, um dos tipos mais comuns é a alopecia areata, uma doença autoimune desencadeada pelo ataque das células no próprio organismo contra o folículo piloso, conforme explica Luciana Passoni, dermatologista, tricologista e membro da International Society of Hair Restoration and Surgery (ISHRS).

“É uma doença inflamatória, e muitas vezes pode ser reversível, mas às vezes a gente não consegue fazer com o que aquela pessoa pare de produzir anticorpos”, complementa a especialista, destacando que a condição pode ser ocasionada por estresse, gatilho emocional e genética.

Os sintomas incluem tricodinia, caracterizada por dor no couro cabeludo e perda completa dos fios de cabelo. Segundo Luciana, pode acontecer em áreas circunscritas, as mais comuns, no tamanho de uma moeda de um real, bem como pode atingir o couro cabeludo inteiro, típico da alopecia areata. “E quando estende para os pelos do corpo, sobrancelha, cílios, pelos do braço, perna, tórax, costas e pubianos, chamamos de alopecia areata universal”, pondera.

Tratamento

Para quem sofre desses sintomas, é imprescindível consultar um dermatologista para investigar e diagnosticar a doença. Após detectada, o tratamento é iniciado e há chance de cura. “Toda doença inflamatória tem cura, mas não é simples. A gente briga contra essa doença autoimune. Quando é a circunscrita (tamanho de uma moeda de um real) fica mais fácil cuidar, geralmente a resposta é muito boa. Em criança, a resposta é sempre muito boa”, destaca a tricologista.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), diversos tratamentos estão disponíveis para a alopecia areata. A escolha, que deve ser feita pelo médico, varia conforme o quadro, e pode incluir medicamentos tópicos, às vezes associados a tratamentos mais agressivos como sensibilizantes, ou corticóides injetávies em áreas delimitadas do couro cabeludo ou do corpo.

“Os tratamentos visam controlar a doença, reduzir as falhas e evitar que novas surjam. Eles estimulam o folículo a produzir cabelo novamente, e precisam continuar até que a doença desapareça”, informa a SBD, alertando evitar a automedicação.

Para concluir, Luciana enfatiza a importância do cuidado emocional a partir de terapia, e destaca que a alopecia se tornou ainda mais comum durante a pandemia, pois além da covid-19 também ser uma doença inflamatória, o período trouxe consequências psicológicas para a população.