Já faz um bom tempo que Alok não pode mais ser considerado um músico brasileiro — é um artista global. Apontado pela revista britânica DJ Mag como um dos cinco melhores DJs do planeta em 2020, o goiano de 29 anos chega ao auge da carreira com o lançamento de uma colaboração com o americano John Legend, um dos maiores cantores da atualidade. No single “In My Mind”, Alok conta que teve que se adaptar ao estilo romântico do novo parceiro: “Desacelerei minhas batidas para encontrar um ritmo no meio do caminho”. Como tem sido constante em sua carreira, Alok aproveita a atenção gerada pelo novo trabalho para divulgar uma causa urgente: a violência contra as mulheres. Depois de gravar com MC Hariel a canção “Ilusão (Cracolândia)”, sua primeira letra com engajamento social, a dupla anunciou o lançamento de “180”. “O telefone para denúncia é o próprio título da música, assim as pessoas não vão esquecer”, diz Alok. O videoclipe terá a participação da ex-modelo Luiza Brunet, que foi vítima de violência doméstica: “É importante abordar o assunto em um funk, porque o ritmo leva a mensagem para a periferia, onde o problema é muito presente.” Se depender da audiência do seu funk anterior, “180” será um sucesso: “Ilusão (Cracolândia)” já foi ouvida mais de 100 milhões de vezes no streaming.

Inspiração indígena

Divulgação

A primeira vez em que Alok se interessou pelos povos indígenas foi em 2015, quando esteve por três dias na aldeia da etnia Yawanawá e saiu de lá com uma canção homônima em homenagem a ela. Agora o projeto é mais ambicioso: o DJ passou um mês em Minas Gerais gravando melodias e ritmos (foto) tradicionais de doze povos. Além das músicas, que darão origem ao seu primeiro álbum autoral, a experiência foi filmada e vai se tornar uma série documental — com renda revertida para os índios.