Se um filme sobre os Panama Papers fosse produzido, “meu irmão e eu não seríamos nem sequer figurantes”, afirmou em Cannes o diretor espanhol Pedro Almodóvar, que viu seu nome vinculado a uma empresa em um paraíso fiscal.

“Meu nome e o do meu irmão estão entre os nomes menos importantes que aparecem nos Panama Papers”, disse Almodóvar em uma entrevista coletiva após a exibição de “Julieta”, filme que disputa a Palma de Ouro do Festival de Cannes.

“Se rodassem um filme sobre o tema, meu irmão e eu não seríamos nem sequer figurantes, mas a imprensa espanhola nos tratou como se fôssemos protagonistas”, criticou o cineastas.

“Há tantos nomes, não sabemos nem sequer qual é o assunto, não houve uma investigação”, completou.

“Se a você não impediu de ver o filme, e você gostou, isto é o essencial para mim. É o que que espero do público”, afirmou o cineasta de 66 anos ao jornalista que fez a pergunta, uma resposta recebida com aplausos.

De acordo com o jornal on-line El Confidencial, que publicou no mês passado parte dos documentos, os irmãos Almodóvar tinham uma offshore com sede nas Ilhas Virgens Britânicas em 1991, mas não estava claro se a empresa chegou a ter capital.

Agustín Almodóvar reconheceu no mês passado em um comunicado que a empresa foi criada “ante uma possível expansão internacional” de sua produtora de cinema, mas “se deixou morrer a empresa sem atividade porque não se encaixava com nossa forma de trabalhar”.

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