Almirante italiano da Otan recua e diz que aliança é ‘defensiva’

BRUXELLES, 3 DEZ (ANSA) – O almirante italiano Giuseppe Cavo Dragone, presidente do Comitê Militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), enfatizou nesta quarta-feira (3) que a aliança é apenas “defensiva”, em uma tentativa de aplacar a polêmica criada após ele mesmo ter dito que era necessário adotar uma postura mais “agressiva” contra a Rússia no campo cibernético.   

O posicionamento anterior de Cavo Dragone, apresentado em uma entrevista ao jornal Financial Times, provocou críticas da Rússia, que acusou a Otan de tentar “minar os esforços” para a paz na Ucrânia, além de descontentamento em países da própria organização, que pediram uma postura mais cautelosa.   

“Na entrevista ao Financial Times, assim como em outras declarações, mencionei especificamente as ameaças híbridas que enfrentamos diariamente, destacando a importância e a necessidade de manter uma abordagem flexível e assertiva, obviamente sem alimentar processos de escalada”, disse Cavo Dragone nesta quarta-feira à ANSA, à margem de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da aliança atlântica em Bruxelas.   

“A Otan, como sempre reiterei, continua sendo uma aliança defensiva”, acrescentou o almirante, após ser questionado sobre possíveis ações “preventivas”.   

Na entrevista ao FT, Cavo Dragone havia dito que a organização estudava se tornar mais “agressiva ou proativa” na resposta a ataques informáticos, sabotagens e violações do espaço aéreo na Europa atribuídos à Rússia ao longo dos últimos meses.   

Questionada sobre o assunto nesta quarta, a premiê da Itália, Giorgia Meloni, disse ter entendido que o almirante falava apenas de segurança cibernética, mas alertou que é preciso “medir muito bem as palavras, evitando tudo o que puder esquentar os ânimos”. “A Otan é uma organização defensiva”, assegurou. (ANSA).