Alicia Vikander fala de sua heroína ‘menos sexy’ na CCXP

No sábado, o painel de “Star Wars – Os Últimos Jedi” na CCXP já havia sido apoteótico. Cada fala de integrantes da equipe no telão levava o público ao delírio – … E aí, no finalzinho, veio a homenagem a Carrie Fisher, eterna princesa Leia, que morreu em dezembro do ano passado. Choro, gritos, aplausos e aquele mar de mãos se agitando no adeus à estrela. Neste domingo, 10, o painel da Warner foi ainda mais agitado. A companhia trouxe Tay Sheridan e Simon Pegg para falar do novo Steven Spielberg, “O Jogador N.º 1”. O diretor volta ao universo virtual de “Minority Report – A Nova Lei”. Wade, o protagonista, vive dentro do jogo, Oasis. E o mundo todo o persegue porque, se ele ganhar, terá direito a… US$ 1 trilhão!

O verdadeiro rei do mundo. O animador do painel pediu aos dois – Jay e Simon – que fizessem uma selfie com o público ao fundo. A plateia, literalmente, explodiu e a imagem ganhou mundo. (Ao contrário dos artistas no palco, celulares eram proibidos para o público.) Uma pausa e Érico Borgo, o “pai” da criança – a CCXP no Brasil, por meio do Grupo Omelete – apareceu no palco para apresentar… Ela! A nova Lara Croft. Ele pediu aplausos para “a primeira vitoriosa do Oscar a pisar no nosso palco”. Um espocar de rojões não teria feito tanto barulho. Alicia Vikander, pois era ela – que recebeu o Oscar de coadjuvante por “A Garota Dinamarquesa” -, tomou o maior susto. “Pela primeira vez na vida, estou me sentindo uma pop star.”

O painel inclui o lançamento do trailer de “Lara Croft – A Origem”. O filme estreia em março no Brasil. Alicia contou que era garota, na Suécia, quando foi à casa de amigos. Eles tinham PlayStation, ela não. Jogavam aquele jogo e era uma heroína. Mulheres poderosas. “Tenho a impressão que a vida inteira sonhei ser parte de uma grande aventura, e Lara Croft está me permitindo realizar esse sonho.” A personagem do game viveu duas vezes no cinema, e quem fez o papel – ‘icônico’ – foi Angelina Jolie, em 2001 e 2003. “Lara Croft: Tomb Raider” e “Lara Croft: Tomb Raider – A Origem da Vida”. “Eu vi esses filmes, e vi também Indiana Jones, A Múmia.” Sem medo de spoiler, Alicia revela – “O grande momento de A Origem, para mim, é quando entro na câmara que tem a tumba. Adoro história, e adoro essas tramas que atiçam a imaginação da gente.”

Alicia contou que foi preciso uma intensa preparação. “Durante três meses treinei exclusivamente para adquirir e fortalecer os músculos. Foi preciso muito carboidrato para ganhar seis quilos de músculos.” E, embora no trailer dê para ver que Lara utiliza muitas armas – revólver, machado, etc. -, a favorita de Alicia é o arco e flecha. Subiu ao palco uma equipe de arqueiros. Homens e mulheres. “Cool!” E novas selfies foram disparadas para o mundo todo do grande palco da CCXP. “Estamos vivendo uma fase de empoderamento das mulheres. Tudo o que está ocorrendo no mundo. Com Angelina (Jolie), nós tínhamos um desenho de Lara Croft. Ela agia de forma impulsiva, respondendo aos estímulos. Quando me propuseram redefinir o papel, me disseram que a referência seria o jogo de 2013, que eu conhecia porque já havia jogado.”

A origem de Lara Croft – uma Lara menos sexy, formatada para o desejo dos homens, “porque o mundo mudou”. Em busca da ilha em que desapareceu seu pai, o que o filme propõe é uma espécie de rito de passagem. A transformação de uma garota em mulher. A própria transformação de Alicia em Lara. Aguarde – em março numa sala perto de você, após a festa do Oscar. Mais uma mulher empoderada. “E o importante”, ressalta Alicia, “é que ela não possui superpoderes. Lara desenvolveu habilidades, como qualquer uma de nós podemos, como eu”. O público vibrou. Palmas para as mulheres, que elas merecem, mas o universo dos comics não deixou de ser masculino. Do set na Austrália, Jason Momoa, o Aquaman, mandou uma mensagem gravada especialmente para o público da CCXP. “Hi there, e aí, pessoal?” Momoa disse que está vivendo um sonho, participando desse universo DC. Todo dia ele garante que se espanta com a criatividade do diretor James Wan.

Outro fortão – Dwayne Johnson, ex-The Rock. A continuação de “Terremoto – A Falha de San Andreas” mexe agora com experimentos genéticos. Um gorila albino, amigo do herói, vira um gigante capaz de destruir uma cidade. E não apenas ele. O gorila anda em dupla com um lobo que também cresceu desmesuradamente. Esperem, o que é aquilo ali na água? “Era só o que faltava – um jacaré gigante”, exclama Dwayne Johnson. Desejo pedido, e realizado. Só a bocarra do jacaré ocupa a tela gigantesca – é Cinemark – da CCXP. “Esses três monstros e ainda o Dwayne não cabem na sua TV. Vejam nos cinemas”, pede o animador do painel. A Comic Con é uma grande festa de consumo. Daí o apoio das ‘Majors’, as grandes companhias. As novidades começam esta semana com a estreia, dia 12, de “Os Últimos Jedi”. Prosseguem no ano que vem, com uma enxurrada de estreias. E, no fim do ano que vem, teremos – com certeza! – outra CCXP. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.