A Aliança Cidadãos pela Liberdade, que agrupa setores de direita contrários ao atual governo da Nicarágua, registrou-se nesta quarta-feira (12) perante o tribunal eleitoral para disputar as eleições de novembro, após fracassar nos esforços para unificar a oposição, informaram fontes políticas.

A coalizão será liderada pelo Partido dos Cidadãos pela Liberdade (CxL) e também será formada pelo Partido do Movimento da Unidade Costeña (PAMUC, indígena), anunciou à imprensa o vice-presidente do CxL, Oscar Sobalvarro.

O movimento conta também com o apoio da Aliança Cívica pela Justiça e a Democracia (ACJD), que reúne acadêmicos e um setor de jovens que liderou os protestos de 2018 pedindo a renúncia do presidente Daniel Ortega, no poder desde 2007.

O segundo bloco da oposição, representado pela Coalizão Nacional (CN), recusou-se a se juntar à Aliança Cidadãos pela Liberdade, devido a fortes discrepâncias que surgiram nos últimos dias em relação à distribuição de cargos eleitos pelo povo e disputas por representação legal.

Um dos candidatos da Aliança, o ex-embaixador e acadêmico Arturo Cruz, disse esperar que a coalizão possa se juntar ao resto da oposição durante o processo eleitoral.

Os dois blocos de oposição se culparam por dificultar a formação de uma grande aliança eleitoral para enfrentar a Frente Sandinista (FSLN, de esquerda), que não exclui a candidatura do presidente Ortega para um quarto mandato consecutivo.

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“É lamentável e dói” esta divisão, expressou o representante do PRD Julio González.

“Tínhamos esperança de que se pudesse fazer uma aliança” com o outro bloco, lamentou a presidente do CxL, Kitty Monterrey, que destacou que seu grupo “tem as portas abertas” a todos os setores da oposição que desejam se retirar Ortega do poder.

A Nicarágua realizará eleições legislativas e presidenciais em 7 de novembro sob uma questionada reforma da lei eleitoral que limita a participação de opositores e deixa o controle do Conselho Supremo Eleitoral nas mãos do partido no poder.


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