Enquanto se prepara para usufruir de principal trunfo nas eleições 2018, os 43% do tempo do horário eleitoral na TV e no rádio, a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) começou a identificar aliados nos Estados que decidiram ignorar o ex-governador em seu material de campanha. Para conter o movimento, a campanha do PSDB decidiu reforçar em seus comitês regionais iniciativas como o alinhamento das agendas, a distribuição de material do tucano, assim como o acompanhamento da situação eleitoral geral no Estados.

Um caso já conhecido de um integrante de uma das oito siglas aliadas ao PSDB no plano nacional e ignoram o candidato tucano ocorreu há duas semanas, quando o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, andou pelas ruas de Teresina acompanhado de Fernando Haddad (PT).

Na quinta, 30, Alckmin foi a Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, participar de um encontro com prefeitos e lideranças locais da região. Nas ruas da cidade, era possível recolher no chão santinhos como o da candidata a deputado federal Juliana Cardoso (PR), que não trazem o nome do tucano.

Na capital paulista, os integrantes do MBL Kim Kataguiri e Arthur Mamãe Falei, que concorrem a deputado federal e estadual pelo DEM, respectivamente, também distribuem santinhos sem nenhuma menção a Alckmin ou João Doria, que concorre ao governo do Estado com um vice do DEM, Rodrigo Garcia.

No Rio Grande do Sul, um integrante o PP – partido da vice, Ana Amélia – disse à reportagem que até imprimiu santinhos de Alckmin, mas que não está distribuindo. Ele afirmou que a escolha da senadora não foi construída dentro do partido e que, por isso, se sente desobrigado de fazer campanha para o tucano. “A entrada da Ana Amélia não foi construída pelo Ciro Nogueira. Foi o Alckmin que a escolheu”, argumentou. “Aqui vamos todos com Bolsonaro. Se tem Alckmin em santinho aqui (no RS), não vi nenhum ainda.”

Líder do PR na Câmara, o deputado José Rocha (BA) lembrou que o acordo nacional nem sempre se adequa aos acertos nos Estados. “Aqui na Bahia, por exemplo, o PSDB é adversário nosso, então não podemos estar no mesmo palanque de Alckmin”, disse Rocha, cujo partido integra a base do governador Rui Costa (PT), que tenta a reeleição. “Aqui, os materiais de campanha vão ter Lula.”

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Tesoureiro do PSDB, o deputado Silvio Torres negou que a tarefa dos coordenadores regionais seja o de fiscalizar os aliados nos Estados. “É até previsível que isso aconteça. Estamos com nove partidos, uma coligação que foi feita praticamente nos últimos dias. Os acordos regionais já haviam sido fechados, é difícil impor uma coisa de cima para baixo”, disse o deputado. “O importante é que a ampla maioria, quase 90%, está trabalhando normalmente, fazendo material junto. Este não é um assunto que preocupa.”


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