Aliados do Exército do Sudão acusam paramilitares de 2.000 execuções em Darfur

As Forças Conjuntas, uma coalizão de grupos armados aliados do Exército sudanês, acusaram grupos paramilitares pela “execução de mais de 2.000 civis desarmados” na cidade de El Fasher, no oeste do país.

O grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) “cometeu crimes atrozes contra civis inocentes na cidade de El Fasher, onde mais de 2.000 cidadãos desarmados foram executados e mortos nos dias 26 e 27 de outubro, a maioria mulheres, crianças e idosos”, afirma o comunicado.

O Sudão é cenário, desde abril de 2023, de uma guerra pelo poder entre o general Abdel Fatah al Burhan, comandante do Exército oficial e líder de fato do país desde o golpe de Estado de 2021, e o general Mohamed Daglo, que comanda as FAR.

A ONU alertou na segunda-feira sobre o “risco crescente de atrocidades motivadas por considerações étnicas”, seguindo as advertências emitidas por vários observadores independentes.

As FAR anunciaram no domingo que assumiram o controle total de El Fasher, a última grande cidade da vasta região de Darfur (oeste) que não estava sob seu domínio, o que pode representar um ponto de virada na guerra civil.

Um relatório do ‘Humanitarian Research Lab’ (HRL) da Universidade de Yale, apoiado por imagens de vídeo e satélite, documenta “execuções em massa” após a captura da cidade.

O conflito no Sudão deixou dezenas de milhares de mortos e provocou o que a ONU classifica como “a pior crise humanitária do mundo”.

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