BRUXELAS, 12 JUL (ANSA) – O presidente francês, Emmanuel Macron, negou hoje (12) que o norte-americano Donald Trump tenha ameaçado retirar o país da OTAN, conforme noticiado mais cedo pela imprensa internacional, citando fontes da cúpula de chefes de Estado e de Governo em Bruxelas.   

“Trump nunca ameaçou, em nenhum momento, nem em público nem em privado, retirar-se da OTAN”, garantiu Macron em uma coletiva de imprensa. O francês também desmentiu Trump sobre um possível aumento nos gastos em defesa. “A cifra de US$ 33 bilhões evocada pelo presidente dos EUA corresponde ao aumento de gastos que era já parte da estratégia” para atingir a meta de destinar 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em investimentos em defesa militar.   

“Todos estão empenhados na trajetória já acordada”, anunciou Macron, sinalizando que não haverá aporte extra dos países da OTAN, como Trump tinha dito momentos antes em sua coletiva de imprensa em Bruxelas. O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, também desmentiu as notícias. “Os meus ouvidos não escutaram Trump ameaçar com a saída da OTAN. Mas, se ele fez algumas declarações por aí, não sei”, contou.   

Nesta manhã, fontes locais disseram que o republicano ameaçou retirar os EUA da OTAN caso os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte não aumentassem seus gastos em defesa militar. Historicamente, Washington é o que mais contribui para manter a entidade, cujo principal objetivo é defender os países-membros de uma agressão externa.   

Em 2014, a OTAN estabeleceu que cada país deveria contribuir com 2% do seu PIB, meta alcançada por apenas três nações europeias até agora: Grécia, Estônia e Reino Unido.   

Outras quatro nações se aproximaram da meta, mas não cumpriram: Letônia, Polônia, Lituânia e Romênia. Os 21 países restantes, incluindo o Canadá, estão longe da cota de 2%. A Alemanha destina 1,2%, enquanto a Itália, 1,15%. Desde ontem, Trump começou a pedir em Bruxelas que essa cota fosse aumentada para 4%, mas a ideia não recebeu apoio.   

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Os boatos da ameaça de deixar a OTAN tornaram a cúpula de líderes mais tensa do que já era prevista. Antes mesmo do evento começar, o republicano enviou cartas em tom agressivo aos governos da OTAN para cobrar maior compromisso no gasto militar.   

Além disso, desde que desembarcou na Bélgica, Trump tem feito críticas à Alemanha, acusando o país de ser “prisioneiro energético” da Rússia. (ANSA)


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