Aliados de Ciro Gomes (PDT-CE) ouvidos pela IstoÉ defenderam que o ex-ministro, que está de malas prontas para trocar de partido, ocupe a vice na possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência da República em 2026.
Líder do PDT na Alece (Assembleia Estadual do Ceará), o deputado Claudio Pinho disse que o projeto do grupo de oposição ao governador Elmano de Freitas (PT) é ter Ciro, que chefiou o estado de 1991 a 1994, concorrendo ao cargo. Mas acrescentou que isso só não acontecerá se ele compuser a chapa do governador paulista.
“Ele pode ser a pessoa, ao lado do ACM Neto [ex-prefeito de Salvador, do União Brasil], para representar a candidatura do Tarcísio no Nordeste“, afirmou o parlamentar, que deve desembarcar do PDT, como o ex-ministro, pela proximidade entre o partido o PT, tanto a nível estadual quanto federal — onde chefia, com Wolney Queiroz, o Ministério da Previdência. Neste cenário, Ciro se filiaria ao União Brasil.
O deputado estadual Felipe Mota (União-CE), um dos avalizadores da possível chegada do ex-presidenciável à legenda, defendeu Ciro como uma figura nacional que tem, além da possibilidade de concorrer ao Palácio da Abolição, a chance de disputar a vice-presidência se ingressar na sigla.
“A gente só perde Ciro como candidato a governador se ele receber esse convite. A pesquisa Genial/Quaest de hoje mostrou o ex-ministro com 8% [das intenções de voto em cenários de primeiro turno], número forte para compor uma chapa [presidencial]”, disse.
“Se ele tiver que seguir essa marcha para ser vice-presidente e rodar o Brasil, tamos outras opções no Ceará para liderar e viabilizar esse campo da centro-direita“, concluiu Mota. Na raia da oposição ao petismo no Ceará, o partido está prestes a filiar o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, aliado de Ciro e também cotado para concorrer a governador.
Caminho de Ciro para o Jaburu passa por novo partido
O ex-ministro foi convidado a se filiar pelo presidente do União Brasil, Antonio Rueda, em telefonema ainda em julho e nesta semana participou do anúncio da federação União Progressista, que também inclui o PP, em Brasília. No evento, discursou em defesa de um projeto que una “centro-esquerda e centro-direita” para “tirar o Brasil desse desastre” e saudou Tarcísio efusivamente, como mostrou o PlatôBR.
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Ao falar em “tirar o Brasil do desastre” para uma plateia predominantemente crítica ao governo Lula (PT), Ciro se colocou ao lado de um projeto de oposição para 2026, e uma participação efetiva ganha força diante da inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL), a quem o cearense historicamente se opõe.
Embora Tarcísio tenha sido ministro de Bolsonaro e mantenha uma aliança com o ex-presidente, lideranças da centro-direita defendem seu nome pela capacidade de atrair um eleitorado fora do bolsonarismo. Publicamente, o governador nega planos para concorrer ao Palácio do Planalto em 2026 e diz que será candidato à reeleição.