Aliados apostam em nova Magnitsky para atingir STF após condenação de Bolsonaro

Deputados e senadores acreditam que medidas devem ser tomadas contra Paulo Gonet e familiares de Moraes; sanções podem sair nos próximos dias

Paulo Gonet denunciou Bolsonaro na trama golpista
Paulo Gonet durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro Foto: AFP

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apostam, nos bastidores, em uma nova aplicação da lei Magnitsky em resposta à condenação do ex-chefe do Planalto no inquérito de trama golpistas. O que rondam os bastidores é que a nova sanção pode ser aplicada nas próximas semanas.

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Um dos alvos da sanção deve ser o procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsável pela denúncia apresentada contra Bolsonaro. Os aliados ainda afirmam que a esposa e outros familiares do ministro Alexandre de Moraes, além de empresas associadas, poderão ser alvos da lei.

Um dos indicativos apontados por pessoas próximas do ex-chefe do Planalto foi a mensagem do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que condenou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e prometeu uma resposta da Casa Branca. “Os Estados Unidos responderão adequadamente a essa caça às bruxas”, disse Rubio em uma publicação nas redes sociais.

A sanção seria uma resposta à decisão da Primeira Turma do STF, que condenou Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por participação na articulação do plano golpista. Além dele, outros sete aliados foram condenados com penas entre 16 e 26 anos de reclusão.

Essa não é a primeira vez que os bolsonaristas apelam para a Magnitsky para atingir membros do STF. Em julho, o Tesouro Americano aplicou a lei contra Moraes, que perdeu seus cartões de crédito e teve seu visto cancelado.

Na época, os bolsonaristas creditaram a sanção às articulações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do jornalista Paulo Figueiredo, ambos autoexilados nos EUA para negociar medidas contra membros da Suprema Corte. Embora essa hipótese seja fielmente defendida por aliados de Bolsonaro, especialistas acreditam que a sanção contra Moraes tem como pano de fundo as decisões do ministro contra big techs americanas, como o X e o Rumble, que chegaram a ser suspensos no Brasil por um período.