16/07/2021 - 9:30
O fonoaudiólogo baiano Joelson Conceição Souza de 38 anos sempre foi um atleta amador. Entre as diversas atividades esportivas que já praticou, a corrida se tornou sua paixão. Em 2007, ele passou por uma cirurgia cardíaca para solucionar um problema congênito chamado comunicação intraventricular. Trata-se de uma anomalia que permite a passagem do sangue entre os ventrículos (camadas do coração). Caso Joelson tivesse uma parada cardíaca, por exemplo, o óbito seria certo, porque a comunicação intraventricular diminui o tempo de ação para o salvamento médico. Pois bem, a cirurgia foi bem sucedida e Souza voltou a correr, mas agora, usando um smartwatch, relógio inteligente que monitora o corpo e emite avisos de como estão algumas funcionalidades do organismo. Com isso, ele conseguiu um controle detalhado do seu desempenho e pode se prevenir contra possíveis acidentes cardiovasculares, além de ter mais segurança para realizar seus exercícios.
Nos últimos tempos, os relógios inteligentes caíram no gosto de esportistas e da comunidade médica, que os encaram como uma excelente ferramenta de saúde. “Esse dispositivo é muito útil e permite um acompanhamento constante do paciente”, afirma Sergio Timerman, cardiologista do Instituto do Coração e da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Entre as marcações mais importantes que os smartwatches podem realizar, o médico destaca a pressão arterial, a medição da frequência cardíaca e a detecção de arritmias. “Tenho pacientes que peço para imprimir e me enviar os dados de ritmo do coração”, diz. Novos modelos permitem a realização de eletrocardiogramas.
A utilização dos relógios inteligentes deve seguir algumas especificidades para que possa se tornar um companheiro ideal de treino e saúde. A regulação do aparelho tem que seguir exatamente o que é estipulado nas configurações desenvolvidas pelo fabricante. Para Luiz Augusto Riani Costa, médico do esporte da USP, os smartwatches são como um espelho, pois os resultados registrados nele mostram há quantas anda a saúde e instigam a prática de atividade física. “Sem dúvida, a utilização das pulseiras melhora o comportamento das pessoas”, afirma.
