Marco do domínio do governador de São Paulo, João Doria, sobre a máquina partidária tucana, Marco Vinholi assume neste domingo, 05, o diretório paulista do PSDB com uma agenda de guinada liberal do partido e com o objetivo de reeleger o prefeito Bruno Covas na capital. A convenção estadual foi realizada neste domingo, 5, na Assembleia Legislativa do Estadão de São Paulo.

De acordo com Vinholi, sua gestão vai focar nas eleições municipais de 2020. “O partido avalia que terá condições de lançar candidatos em 600 das 645 cidades de São Paulo”, disse ao ‘Estado’. Hoje, o PSDB tem mais de 170 prefeituras paulistas. Em seu discurso, Vinholi disse querer eleger mais de 200 prefeitos.

Segundo o presidente municipal da sigla, Fernando Alfredo, a estratégia de aumentar a capilaridade do partido em 2020 visa ajudar o partido a retornar ao Palácio do Planalto nas eleições de 2022. Outro tucano alinhado a Doria, o ex-deputado Bruno Araújo, vai assumir o diretório nacional do PSDB no final deste mês.

Os aliados do governador paulista – principal liderança tucana da atualidade e nome cotado pela legenda para disputar a Presidência da República – defendem uma pauta de renovação política e expulsão de quadros partidários pegos em esquemas de corrupção.

Para o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, tucanos condenados por corrupção devem ser tirados da sigla. O presidente da Alesp, Cauê Macris, vai além: defende a expulsão também daqueles que foram pegos em gravações ou cuja participação em esquemas é “muito clara”, como o ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que foi ovacionado na convenção de seu Estado no sábado, 4.

“Acho que o Aécio tem que ser expulsos sim”, disse à imprensa sobre o candidato tucano nas eleições presidenciais de 2014.

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Perguntado sobre o caso de Aécio, Doria disse à imprensa que existe um problema que não pode ser ignorado mas que só irá dizer se é favorável à expulsão ou não depois que Bruno Araújo assumir a presidência nacional do PSDB.

Convenção

No início de seu discurso na convenção, Doria foi recebido com gritos favoráveis à uma eventual candidatura sua à presidência: “Brasil, pra frente, Doria presidente!”

Em seu discurso, fez acenos aos fundadores do PSDB presentes, o senador José Serra e o ex-governador Geraldo Alckmin. Ao falar de renovação, salientou a juventude das lideranças tucanas das quais se rodeou: Vinholi tem 34 anos, Fernando Alfredo tem 36, Macris tem 36, Covas tem 39 e Araújo tem 44.

Candidato derrotado nas eleições presidenciais, Alckmin foi recebido com aplausos pela plateia e foi caracterizado como “um político honesto” nos discursos de Doria e de Covas.

Além do ex-governador e de Serra, o evento ainda contou com a presença de outro quadro histórico: José Aníbal, ex-presidente do Instituto Teotônio Vilela.

DEM

O vice-governador, Rodrigo Garcia, presidente do DEM-SP, não compareceu ao evento tucano. No domingo passado, Garcia recebeu Doria e Covas na convenção estadual dos democratas. Na ocasião, o evento foi transformado em palanque para anunciar o apoio da sigla à reeleição do prefeito e exaltar o governador João Doria como pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2022.

Além disso, defendeu-se a fusão do DEM com o PSDB. Perguntado sobre a fusão, Doria disse que essa discussão será abordada pela próxima executiva, mas que será necessário ter um partido forte para as próximas eleições.

Garcia é visto como potencial candidato ao governo paulista caso Doria opte por disputar a presidência. Tucanos, porém, são avessos à ideia de não ter candidato próprio no Estado, onde se saíram vitoriosos nas últimas sete eleições.

“O PSDB vai ter candidato próprio em São Paulo nas eleições de 2022”, afirmou Vinholi ao ‘Estado’.



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