O presidente nacional do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), foi o único governista da CPI da Covid a votar em Omar Aziz (PSD-AM) para a presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito. O senador do PSD fez um acordo com a maioria do colegiado para indicar o senador Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria. O emedebista não só é crítico do presidente Jair Bolsonaro como também é aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os outros três senadores governistas da CPI – Eduardo Girão (Podemos-CE), Jorginho Mello (PL-SC) e Marcos Rogério (DEM-RR) -, votaram em Girão, que queria quebrar o acordo e impedir que Renan fosse escolhido relator. O senador desejado pelo governo para a relatoria era Marcos Rogério, que é vice-líder do Executivo.

O voto de Nogueira contraria o que ele disse na sexta-feira passada, dia 23. O senador criticou a escolha do senador Renan Calheiros como relator da CPI da Covid. “Em mais de duas décadas no Congresso Nacional, é a primeira vez que eu vejo uma candidatura de um ‘meio’ relator em uma CPI. Se o senador Renan Calheiros se vê impedido, e nisso está correto, que seja escolhido um relator imparcial para conduzir os trabalhos de uma CPI tão relevante”, afirmou, por meio do Twitter, o senador aliado do presidente Jair Bolsonaro.

Nas plataformas digitais, bolsonaristas batem na tecla de que Renan não pode integrar a CPI por ser pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB). A CPI vai investigar o destino do dinheiro repassado pelo governo federal a municípios e Estados – entre os quais Alagoas, para o combate à pandemia de covid-19.

A mensagem de Ciro Nogueira foi uma resposta ao que escreveu Renan no Twitter também na sexta. “Desde já me declaro parcial para tratar qualquer tema na CPI que envolva Alagoas. Não relaterei ou votarei. Não há sequer indícios quanto ao Estado, mas a minha suspeição antecipada é decisão de foro íntimo”.

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