A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou hoje o projeto de Lei nº 1697 / 2023, que autoriza redes pública e privada de saúde a oferecerem leito ou ala separada para as mães de natimorto e/ou mães com óbito fetal. O projeto proposto por Monica Seixas, deputada estadual do Movimento Pretas do PSOL, foi aprovado pela primeira vez em 2021, mas foi vetado pelo então governador João Doria Júnior.

“O luto maternal a ser enfrentado pela mulher na maternidade ou hospital além de traumático é demasiadamente dolorido. [Ela] experimenta o cruel sentimento de não pertencimento ao ambiente do parto em razão da morte do nascituro ou do feto. No mesmo ambiente são reunidas mulheres em condições tão diversas. De um lado, extrema felicidade, de outro, extrema tristeza. Mulheres em trabalho de parto reunidas com mulheres que se encontram com seus bebês sem vida (intra útero) aguardando o parto e com mulheres que já passaram pelo parto para retirada do bebê falecido”, diz o texto do projeto.

“A gente precisa cuidar da saúde física e emocional das pessoas que gestam, a cada gestação tem uma pessoa por trás. Uma pessoa grávida se reduz ao bebê que vai nascer, todo debate se reduz a isso, mas há um corpo que sente, que chora e sangra. As maternidades têm que ser um local de acolhimento da mulher. Eu passei por isso recentemente”, explica Monica Seixas. “Fico temerosa de que o projeto não seja sancionado novamente e faço um apelo ao atual governador”, finaliza.