Na medicina tradicional, denominada alopática, há um conceito bem conhecido a respeito do risco/beneficio da utilização de medicamentos e terapias. Ou seja, quando o médico indica um remédio para uma simples dor de cabeça, essa análise já está implícita.

É melhor ingerir o comprimido e a dor passar, mesmo correndo o risco de sofrer seus efeitos colaterais, ou continuar sentindo que a cabeça vai explodir? Evidentemente, toma-se o fármaco, se ele foi receitado pelo seu médico. No caso das vacinas contra a Covid-19 é o mesmo processo.

Devemos nos imunizar apesar de haver a chance de termos alguma debilidade após a aplicação da injeção? Evidentemente que sim, até porque os imunizantes já foram avaliados e aprovados pela Anvisa. Sempre é bom lembrar que o coronavírus já matou mais de 620 mil pessoas no Brasil, o vírus é capaz de deixar graves sequelas, mesmo em pessoas que não desenvolveram a forma mais grave da doença. Além de se ter atenção as medidas não farmacológicas, não há nada que possa garantir mais benefícios contra a Covid que as vacinas.

Por isso, não há o que se questionar. As pessoas devem ser imunizadas, inclusive as crianças. O vírus continua vigente e é perigoso. Não se deve dar ouvidos ao negacionismo bolsonarista, cair na conversa de tomar cloroquina ou qualquer outro remédio indicado pelo presidente da República porque, além de não ter efeito contra o Sars-Cov-2, o leitor pode ter, ai sim, efeitos indesejáveis no corpo.

O bolsonarismo não é confiável. Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, por exemplo, não se cansa de repetir as tolices de seu chefe, apesar do lapso de sensatez que ele demonstrou ao anunciar a chegada de imunizantes para as crianças na segunda-feira 10.

O mesmo Queiroga deu pouca importância ao fato de o vírus já ter vitimado mais de 300 menores durante a pandemia, e também não deu a mínima atenção ao aval da Anvisa para que a imunização fosse colocada em prática. O ministro preferiu não disponibilizar vacinas de forma imediata para a proteção dos pequenos.

Com todos os malfeitos do governo federal, ficou claro que Bolsonaro e sua trupe, seja na administração ou fora, são incompetentes e negacionistas científicos.