O Bundesbank, banco central da Alemanha, disse nesta quarta-feira que levou de volta ao país todas as suas reservas de ouro armazenadas em Paris e parte do estoque dos Estados Unidos, três anos antes do previsto.

Na França, 374 toneladas do metal, 11% do estoque alemão, deixaram os cofres do Banque de France, enquanto 300 toneladas foram retiradas do Federal Reserve, em Nova York, para os cofres do Bundesbank em Frankfurt, disse à imprensa o membro do conselho Carl-Ludwig Thiele.

As remessas secretas foram concluídas bem antes do limite de 2020, com um custo de 9,1 milhões de dólares. A parcela da reserva de ouro alemã armazenada no país subiu para 50%.

Os envios estão em andamento desde a decisão do conselho, em 2013, de levar de volta para casa as barras do metal precioso.

A Alemanha decidiu protegeu suas reservas no exterior durante a Guerra Fria, quando o Bundesbank optou por manter o ouro à salvo de uma inesperada invasão soviética.

Nova York foi a localização preferida, pois lá circula a moeda mais importante do mundo, o dólar, enquanto o bem estabelecido mercado do ouro de Londres permitiria que o metal fosse convertido em dinheiro rapidamente no caso de uma emergência.

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O país começou a armazenar reservas na França durante as décadas seguintes à Segunda Guerra Mundial, durante o “milagre econômico”. O Bundesbank convertia superávit comercial com seu vizinho em ouro armazenado nos cofres parisienses do Banque de France.

Contudo, durante a crise da zona do euro, em 2012, alguns grupos começaram a pressionar uma auditoria do metal precioso guardado no exterior, para o caso de ele ter sido adulterado, emprestado ou vendido.

O Bundesbank respondeu ao chamado por maior transparência com a repatriação do ouro.

Após muitos testes antes de serem transportados, “não foram encontradas questões acerca da autenticidade, da qualidade ou do peso das barras”, disse Thiele.

A Alemanha tem a segunda maior reserva do ouro do mundo, atrás dos Estados Unidos, com 3.378 toneladas com valor de mercado de 120 bilhões de euros.

Atualmente, cerca de 1.710 toneladas estão guardadas em Frankfurt, enquanto 1.236 toneladas continuam em Nova York e 432 em Londres.


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