Alemanha quer que seu exército seja ‘espinha dorsal’ da defesa na Europa

O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, prometeu, nesta quinta-feira (9), fazer da Bundeswehr, as Forças Armadas do país, “a espinha dorsal da defesa coletiva na Europa”, apresentando novas diretrizes com a invasão russa da Ucrânia como pano de fundo.

Pistorius afirmou em Berlim que “os parceiros da Alemanha na Europa, na América do Norte e no mundo” esperam que eles “assumam suas responsabilidades”.

As últimas diretrizes do Exército alemão datavam de 2011.

O documento de 19 páginas apresentado nesta quinta-feira indica que a Bundeswehr deve estar “bem equipada para a guerra em todas as áreas”, um termo recentemente utilizado por Pistorius que gerou controvérsias na Alemanha.

Com a “invasão brutal” da Ucrânia pela Rússia, a guerra “retornou à Europa”, afirmou.

Em suas diretrizes, o governo também insiste em que o exército deve ser capaz de intervir internacionalmente, como já fez nos Bálcãs Ocidentais e na região africana do Sahel.

Berlim também afirmou que “a segurança de Israel é uma questão de Estado” para a Alemanha, dando “particular importância ao direito de Israel de existir”.

Essas ambições têm um custo: o governo alemão aponta que será “necessário” dedicar pelo menos 2% do PIB aos gastos militares para cumprir os objetivos traçados pela Otan.

Nas décadas de 1960, os gastos militares representavam 5% do PIB, caindo abaixo de 2% desde 1990 e o colapso da URSS. Em 2021, representavam 1,3% do PIB.

Voltar aos 2% “significa aumentar os gastos militares anuais de cerca de 50 bilhões de euros (R$ 260 bilhões) para 70 bilhões (R$ 367 bilhões) ou 75 bilhões (R$ 394 bilhões) de forma sustentável”, afirmou recentemente Pieter Wezeman, do Instituto SIPRI.

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