O chanceler alemão, Friedrich Merz, pediu nesta terça-feira (9) “mais flexibilidade” para a UE na transição para os automóveis elétricos, diante da crescente resistência aos planos de eliminar gradualmente a venda de veículos com motor de combustão até 2035.
O chefe do governo alemão fez esse apelo durante a inauguração do Salão do Automóvel (IAA) em Munique, em um momento em que os fabricantes europeus, que enfrentam dificuldades, pedem à UE que reconsidere esse plano para combater a mudança climática.
“Estamos firmemente comprometidos com a transição para a mobilidade elétrica”, mas “precisamos de uma regulamentação europeia inteligente, confiável e flexível”, declarou o chanceler conservador do partido União Democrata-Cristã (CDU).
“Queremos alcançar a proteção climática da maneira mais econômica possível através da abertura tecnológica. Os compromissos políticos unilaterais com tecnologias específicas são, essencialmente, uma abordagem econômica equivocada”, argumentou Merz, que governa em coalizão.
Merz expressou-se com moderação, mas no mesmo sentido que os gigantes alemães do setor, BMW, Mercedes e Volkswagen, aos quais se juntou o quarto conglomerado mundial Stellantis (Peugeot, Fiat, Opel), que expressaram publicamente suas dúvidas sobre a meta estabelecida por Bruxelas.
O presidente-executivo da Volkswagen, Oliver Blume, afirmou na segunda-feira que “2035 não é uma meta atingível” e pediu a criação de cláusulas anuais de revisão.
Vários gigantes europeus do setor automobilístico enfrentam um aumento nos custos de produção de carros elétricos e uma dura concorrência de rivais chineses como a BYD.
Os fabricantes europeus de automóveis investiram enormes quantias na transição para os carros elétricos, mas as vendas cresceram muito mais lentamente do que o previsto.
Na Alemanha, o setor automobilístico já perdeu mais de 50.000 postos de trabalho no último ano, de acordo com a consultoria EY.
Merz planeja realizar em breve reuniões com os principais atores do setor automobilístico para traçar o caminho a seguir.
“Nosso objetivo é que a Alemanha continue sendo um dos principais centros globais da indústria automobilística e manufatureira no futuro; queremos moldar a transformação da indústria automobilística”, declarou.
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