ROMA, 27 NOV (ANSA) – A Alemanha foi condenada nesta quinta-feira (27) a pagar uma indenização aos herdeiros de um soldado italiano capturado pelo país e mantido em campos de trabalho forçado durante os últimos dois anos da Segunda Guerra Mundial.
O Tribunal Civil de Roma sentenciou a República Federal da Alemanha a indenizar os filhos do militar em 82 mil euros (R$ 509,8 mil), pelo período de 632 dias em que ele realizou trabalhos forçados em campos alemães e austríacos.
A Justiça entendeu o caso como uma violação do direito internacional por tratar o prisioneiro como um “escravo militar”, além de todo sofrimento vivenciado por ele, que constituem crimes de guerra e contra a humanidade.
Para a juíza Assunta Canonaco, o próprio fato de o Terceiro Reich ter definido arbitrariamente os soldados da Itália capturados como “IMI” (Internados Militares Italianos), uma categoria distinta da de prisioneiros de conflitos armados, é a prova de que “esses indivíduos foram privados da proteção internacional que o status de prisioneiro de guerra lhes teria assegurado”.
“Este é um evento trágico que devastou uma família, como tantas outras. Estou satisfeito com a decisão”, afirmou o advogado Fabio Anselmo, acrescentando que “neste contexto histórico e social, é extremamente significativo, não só a nível judicial, que possam existir condenações que reconheçam um crime de guerra.” O soldado, natural de Rovigo, no Vêneto, retornou para a Itália apenas em 5 de junho de 1945. Ele nunca se recuperou dos danos psicológicos e físicos adquiridos durante o período de captura, vindo a tirar a própria vida em 1982. (ANSA).