As autoridades alemãs anunciaram nesta quinta-feria ter frustrado um projeto de atentado do grupo Estado Islâmico (EI) e detido três sírios, cujo plano era provocar uma explosão no centro histórico de Dusseldorf (oeste).
“Segundo os resultados da investigação em andamento”, os suspeitos planejavam lançar um atentado suicida em nome da “organização terrorista estrangeira Estado Islâmico” “na parte antiga de Dusseldorf”, afirmou o Ministério Público federal da Alemanha em um comunicado.
Os três homens, identificados como Hamza C., de 27 anos, Mahood B., de 25 anos, e Abd Arahman A. K., de 31 anos, todos eles de nacionalidade síria, foram detidos na Renânia do Norte-Westfália, em Brandeburgo, e em Baden-Wurtemberg, e seus apartamentos foram vasculhados.
Todos eles chegaram separadamente à Europa através da Grécia em março e julho de 2015, pouco antes do pico da crise migratória europeia.
Um quarto homem, vinculado a este projeto e identificado como Saleh A., de 25 anos, foi detido em fevereiro na França, onde está em prisão preventiva. A Alemanha pedirá sua extradição.
“Não há indícios que permitam afirmar que os suspeitos já haviam começado a aplicar seu plano de ataque”, mas de qualquer forma preparavam um atentado “na parte antiga de Dusseldorf”.
Segundo os planos de Saleh A. e de Hamza C., que receberam ordens a partir da Síria para cometer o atentado, dois suicidas “com coletes explosivos” deveriam detoná-los em uma das principais artérias do centro da cidade, explicou o Ministério Público.
Incidentes muito isolados
A Alemanha não sofreu até agora nenhum ataque terrorista de envergadura, ao contrário de seus vizinhos franceses e belgas, mas as autoridades alertaram em várias ocasiões que o país é um alvo.
Nos últimos meses a polícia realizou diversas operações contra suspeitos em diferentes partes da Alemanha, mas não foram revelados projetos concretos. Dias depois dos atentados de 13 de novembro em Paris, ocorreram alertas em Munique na noite de ano novo e em Hannover (norte) que inquietaram as autoridades, sem que tenham sido divulgados detalhes sobre a magnitude da ameaça.
A chegada de mais de um milhão de imigrantes em 2015 e o precedente dos atentados de Paris alimentaram os temores de que militantes jihadistas tenham conseguido entrar na Alemanha camuflados entre os refugiados, originários principalmente da Síria.
No entanto, até agora foram registrados apenas incidentes muito isolados relacionados ao jihadismo.
No fim de março, uma cidadã alemã-marroquina de 15 anos feriu gravemente um agente na estação de Hannover durante uma inspeção de rotina. A jovem permaneceu na fronteira turco-síria antes que sua mãe, preocupada com sua radicalização, fosse buscá-la, levando-a de volta à Alemanha.
Em setembro de 2015 a polícia matou Rafik Yusef, um iraquiano de 41 anos em liberdade condicional depois de cumprir pena por pertencimento a uma organização terrorista e por um projeto de atentado contra o primeiro-ministro iraquiano em 2004, depois de ferir com uma faca um policial em Berlim.
Em agosto do mesmo ano, dois combatentes de língua alemã, que reivindicaram seu pertencimento ao EI na Síria, ameaçaram a Alemanha e a chanceler Angela Merkel. Em um vídeo pediam aos seus “irmãos e irmãs” que cometessem atentados solitários, com “facas”, por exemplo, contra os infiéis.
Os militantes afirmaram que queriam se vingar do apoio alemão à luta contra o EI e pela presença das Forças Armadas alemãs no Afeganistão.
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