BERLIM, 21 AGO (ANSA) – A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmaram nesta quinta-feira (20) que estão dispostos a receber o líder de oposição russo Alexei Navalny, hospitalizado após supostamente sofrer um envenenamento.   

Em uma coletiva de imprensa conjunta na residência de verão de Macron, no sul da França, os dois disseram estar “extremamente preocupados” com o caso envolvendo o opositor ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, e se ofereceram a disponibilizar “toda a ajuda médica necessária, inclusive asilo, se o seu estado de saúde permitir”.   

Merkel destacou que Moscou precisa “esclarecer urgentemente o que aconteceu”. “É muito, muito importante agora esclarecer com urgência como surgiu esta situação. Vamos insistir nisso”, enfatizou.   

O presidente francês, por sua vez, afirmou estar “preocupado e entristecido” com a situação de Navalny e ressaltou que todas as notícias divulgadas da Sibéria são consideradas “extremamente inquietantes”.   

“Seremos vigilantes sobre a evolução do caso e as investigações”, acrescentou Macron.   

Segundo a imprensa local, o opositor de Putin está em coma e os médicos do hospital de Omsk “estão lutando para salvar sua vida”.   

Um avião-ambulância deve decolar da Alemanha por volta de meia-noite (horário local) para chegar à Rússia e transportar Navalny para Berlim.   

“Enviaremos um avião-ambulância com equipamento médico e especialistas para que Navalny venha para a Alemanha”, confirmou o presidente da ONG Cinema pela Paz à agência francesa France-Presse.   

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já garantiu que as autoridades russas estão prontas para ajudar na transferência do opositor para o exterior. Além disso, desejou uma “recuperação rápida” a ele, acrescentando que uma investigação será aberta se o envenenamento for confirmado.   

Belarus – Após o encontro com Merkel, Macron também disse que a União Europeia (UE) está pronta para mediar um diálogo entre governo e oposição em Belarus, onde a população tem realizado uma série de protestos contra o resultado das eleições presidenciais.   

“Um diálogo entre as autoridades, a oposição e a sociedade civil é essencial. Nós esperamos que esse diálogo possa ser estabelecido pelos próprios bielorrussos. Mas a União Europeia se mantém pronta para acompanhá-lo, caso nosso papel de mediação possa ser útil e seja desejado pelos bielorrussos, junto a outras instituições e incluindo a Rússia”, garantiu o líder francês. (ANSA)