A ministra alemã da Economia, Brigitte Zypries, denunciou nesta sexta-feira o “protecionismo” das tarifas sobre importações de aço e alumínio anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump, que criticou a Alemanha nas áreas comercial e militar.
“É protecionismo, o que ofende sócios próximos como a UE e a Alemanha e limita o comércio livre”, afirmou Zypries uma dia depois do anúncio de Trump sobre as tarifas e de suas críticas a Berlim.
“Trump isola seu país contra a opinião de seu partido, de várias empresas e economistas”, acrescentou em um comunicado, no qual prometeu uma “resposta clara, equilibrada e coordenada com a Comissão Europeia”.
O presidente americano criticou em particular a Alemanha na questão comercial e citou os gastos insuficientes – na sua opinião – de Berlim no orçamento de defesa da Otan.
“Temos amigos e também inimigos que se aproveitam há anos”, disse Trump.
“Se você olhar a Otan, a Alemanha paga 1% e nós pagamos 4,2% de um PIB muito maior. Não é justo”, completou.
A Alemanha, como os outros países da Otan, se comprometeu a gastar até 2024 o nível de 2% de seu PIB em defesa, contra 1,2% atualmente.
Mas para convencer os social-democratas que se uniram a seu governo após seis meses de bloqueio político, a chanceler Angela Merkel teve que interromper o aumento previsto do gasto militar, que deve alcançar apenas 1,5% em 2021, longe do objetivo da Otan.
As críticas americanas não são novas, mas se tornaram mais intensas desde que Trump chegou à Casa Branca. O republicano atacou, ainda durante a campanha eleitoral, Merkel, o excedente comercial da Alemanha e sua generosa política migratória.