O chefe da diplomacia alemã, Sigmar Gabriel, advertiu nesta sexta-feira contra uma ruptura das negociações de adesão da Turquia à União Europeia, em um contexto de preocupação no bloco sobre os direitos humanos neste país.

“O governo alemão se opõe categoricamente à ruptura das negociações de adesão”, declarou Gabriel, para quem “isso não ajudará”. “Seria uma reação completamente errada do nosso ponto de vista”, estimou.

O ministro alemão fez estas declarações ao chegar a uma reunião informal de chanceleres europeus em Malta, onde devem discutir durante a manhã sobre a Turquia, especialmente quando as suas relações com a UE se deterioraram desde a tentativa de golpe de julho e os expurgos que se seguiram.

A Áustria, por sua vez, defendeu novamente o congelamento das negociações de adesão, já que “a Turquia se afasta, ano após ano, cada vez mais da Europa”, nas palavras do chefe da diplomacia austríaca, Sebastian Kurz, ao chegar a La Valetta.

“Precisamos finalmente de uma decisão clara em nível europeu”, disse Kurz, uma opção a princípio inviável para Berlim. “Na Otan, não excluímos a Turquia, mesmo na época da ditadura militar”, lembrou seu colega alemão.

Durante a tarde, os chanceleres se reunirão com seu colega turco, Mevlüt Cavusoglu, a quem pedirão “esclarecimentos”, segundo o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault, que ressaltou a necessidade de conversar com Ancara sobre temas de cooperação como a economia, mas também sobre “refugiados” e “terrorismo”.