O governo alemão está considerando interromper o financiamento de organizações sem fins lucrativos que realizam resgates de migrantes no Mediterrâneo, após críticas da Itália, informou o jornal Bild nesta sexta-feira (6).

O orçamento alemão de 2023 destina dois milhões de euros (R$ 10,9 milhões) para organizações que resgatam migrantes no mar, mas não há menção semelhante no projeto de orçamento para o próximo ano, relata o jornal.

Não se trata de “um esquecimento”, indicou o jornal, citando fontes da comissão de orçamento do Parlamento.

Tanto a Chancelaria, que corresponde ao Governo da Alemanha, quanto o Ministério das Relações Exteriores estão a favor de cancelar o financiamento, de acordo com o Bild.

Nenhuma dessas instituições pôde comentar as informações imediatamente.

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, recentemente escreveu uma carta ao chefe de governo alemão, Olaf Scholz, mostrando sua “estupefação” pelo financiamento dessas organizações sem fins lucrativos.

Berlim confirmou pouco depois à AFP que estava concedendo entre 400 mil e 800 mil euros (entre cerca de R$ 2 milhões e R$ 4 milhões) para cada um dos dois projetos relacionados aos migrantes.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, defendeu o apoio do governo às missões de resgate.

No entanto, o chefe de governo, o chanceler Olaf Scholz, mudou o tom durante a cúpula da União Europeia que ocorreu nesta sexta-feira em Granada, no sul da Espanha.

Questionado sobre esse financiamento durante uma coletiva de imprensa, ele enfatizou que a proposta foi aprovada pelo Parlamento, não pelo governo. “Essa proposta não é minha”, enfatizou.

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