08/01/2024 - 19:00
“Jogador extraordinário”, “figura luminosa do futebol alemão”, “uma perda para o futebol e para toda a Alemanha”: depois do anúncio da morte de Franz Beckenbauer nesta segunda-feira (8), o país chora a perda de seu emblemático ‘Kaiser’ (Imperador).
Com problemas de saúde e afastado da vida pública, Beckenbauer faleceu aos 78 anos no domingo, anunciaram sua família e a Federação Alemã de Futebol (DFB). “Dormiu tranquilamente” cercado pelos familiares em Salzburgo (Áustria).
“O choque é profundo, embora já se soubesse que as coisas não iam bem para Franz. Sua morte é uma perda para o futebol e para toda a Alemanha”, reagiu o ex-jogador Lothar Matthäus no site do jornal Bild.
Matthäus, que tem o recorde de jogos pela seleção alemã (150), é outra das grandes figuras do futebol do país no século XX. Foi o capitão do time campeão do mundo em 1990, quando Beckenbauer era o treinador.
“Era um dos maiores, como jogador e como técnico, mas também fora de campo. Todos que o conheceram sabem o quão grande e generoso ele era. Vou sentir sua falta, vamos sentir falta!”, acrescentou.
A DFB também recebeu a notícia com tristeza.
“Com grande estima e profunda gratidão, vemos o que ele fez. Com ele, perdemos um jogador extraordinário”, declarou o presidente da entidade, Bernd Neuendorf.
Rudi Völler, atual diretor esportivo da DFB e que fez parte do grupo campeão em 1990, compartilhou publicamente sua “imensa tristeza”.
“Um dos meus maiores privilégios foi ter conhecido e convivido com Franz Beckenbauer”, afirmou em um comunicado da federação.
“O ‘Kaiser’ foi uma inspiração para mais de uma geração e será para sempre uma figura luminosa do futebol alemão. Com Franz Beckenbauer, o futebol alemão perde uma grande personalidade e eu perco um bom amigo”, acrescentou Völler.
Essa referência à luz que Beckenbauer emanava também foi usada pelo atual técnico da ‘Mannschaft’, Julian Nagelsmann: “Quando Franz Beckenbauer entrava numa sala, a sala se iluminava”.
Outra personalidade alemã que reagiu à notícia foi Thomas Bach, atual presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), que no passado foi presidente do Comitê Olímpico Alemão.
“Ele era uma lenda do esporte, além do futebol. Para mim, pessoalmente, ele foi um amigo bom e leal por mais de quatro décadas, alguém com quem você sempre poderia contar”, destacou.
A vida de Beckenbauer está intimamente ligada ao Bayern de Munique: chegou às categorias de base em 1958, assinou seu primeiro contrato profissional em 1964 e deixou o elenco bávaro em 1977 para ir ao New York Cosmos.
“O mundo do Bayern de Munique não é mais o que era. De repente está mais escuro, mais silencioso, mais pobre”, escreveu o clube em seu site.
“Ele foi a maior personalidade que o Bayern já teve. Como jogador, treinador, presidente ou pessoa, é alguém inesquecível, ninguém se compara a ele. As pessoas podem se gabar de terem visto Franz Beckenbauer jogar. Ele também foi um amigo para mim, um companheiro único e um presente para todos. Descanse em paz, querido Franz”, afirmou Uli Hoeness, presidente honorário do Bayern e ex-companheiro de equipe.
Os políticos alemães também renderam homenagem ao ídolo, começando pelo chanceler Olaf Scholz.
“Campeão mundial como jogador e treinador: Franz Beckenbauer foi um dos melhores jogadores alemães e para muitos o ‘Kaiser’ porque fascinou várias gerações no futebol alemão. Sentiremos sua falta”, escreveu o chefe de governo na rede social X (antigo Twitter).
O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, declarou que, “provavelmente, ninguém marcou tanto o futebol alemão como Franz Beckenbauer”.
“Como jogador e treinador, fez história no futebol”, concluiu.
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