Desde que tomou decisões radicais em março, o técnico da seleção da Alemanha, Julian Nagelsmann, tem um time titular com papéis bem definidos, apoiado por um banco de reservas que mantém uma competição sadia. Seu segundo teste na Eurocopa será contra a Hungria, nesta quarta-feira (19), em Stuttgart.
Na demonstração de força contra a Escócia (vitória por 5 a 1), no jogo de abertura da Eurocopa, Nagelsmann pôde administrar os minutos em campo de seus jogadores. Deixou o volante Robert Andrich no banco no segundo tempo, depois de ter recebido cartão amarelo.
Aos 15 minutos da segunda etapa, decidiu tirar Florian Wirtz, o autor do primeiro gol, para dar lugar a Leroy Sané, ainda fora de ritmo depois de uma pubalgia que o impediu de ter uma sequência desde março.
Na reta final da partida, deu descanso ao ídolo Toni Kroos e colocou em campo Emre Can, convocado para a Euro depois do corte de Aleksandar Pavlovic, a dois dias da estreia.
“É bastante incomum que os 11 que jogam o primeiro jogo sejam os mesmos em todo o torneio. Mostrei que não preciso de muito tempo quando entro em um jogo”, disse o atacante Niclas Füllkrug.
O jogador foi titular do Borussia Dortmund durante toda a temporada, mas na seleção é reserva de Kai Havertz, o que não o impediu de marcar um golaço, o quarto da goleada sobre a Escócia, cinco minutos depois de entrar em campo.
“Precisamos de todos os jogadores”, explicou o goleiro Manuel Neuer em entrevista coletiva na segunda-feira. Can confirmou que existe “uma energia muito boa na equipe”, acrescentando que todo mundo está com “fome”.
“Quando estamos no banco, sempre temos vontade de jogar”, continuou.
A qualidade das opções no banco de reservas será decisiva para o jogo contra a Hungria, que chegou ao torneio com altas expectativas, mas tomou um banho de água fria na derrota para a Suíça por 3 a 1 na estreia.
A Alemanha vai enfrentar os húngaros com a lição aprendida. Há três anos, em jogo da Euro-2021, empatou em 2 a 2 depois de ficar duas vezes atrás no placar, e na Liga das Nações 2022/23 empatou fora (1 a 1) e perdeu em casa (1 a 0).
“É uma equipe muito experiente, que joga muito bem e tem determinação. Treinei alguns de seus jogadores, sei do que eles são capazes”, ressaltou Nagelsmann.
O time alemão quer continuar alimentando a euforia que começa a tomar conta do país (22,5 milhões de telespectadores no jogo contra a Escócia), onde alguns torcedores já exibem bandeiras nacionais nos carros.
“Não quero pisar no freio, é o que toda a Alemanha esperava há muito tempo”, avisou Kroos, líder do novo conto de fadas do futebol alemão.
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