As autoridades alemãs anunciaram nesta terça-feira (13) uma série de operações contra uma rede extremista de conspiradores e informaram a dissolução do grupo “Reino da Alemanha”, acusado de “atacar a ordem democrática e liberal”.
As operações aconteceram em sete regiões do país, anunciou o Ministério do Interior em um comunicado. O grupo tem quase 6.000 integrantes, que “negam a existência da República Federal da Alemanha e rejeitam sua ordem jurídica”.
A associação “Reino da Alemanha” está proibida a partir desta terça-feira, já que “seus objetivos e atividades são contrários à legislação penal e à ordem constitucional”, explicou o ministério. O comunicado explica que a proibição também afeta as “numerosas organizações afiliadas a esta associação”.
A Procuradoria Federal anunciou ainda, como parte da operação, a detenção de quatro pessoas, incluindo três fundadores do grupo, que há uma década colocaram em prática estruturas e instituições “pseudoestatais”, como um sistema bancário e de seguros, uma moeda própria e um escritório de registro de documentos de identidade fictícios.
Classificada como “extremista” pelo ministério, a associação ilegal é parte de um movimento de conspiração na Alemanha conhecido pelo nome genérico de “Reichsbürger” (“Cidadãos do Reich”).
Os simpatizantes deste fenômeno, quase 23.000 em 2022, segundo o serviço de inteligência interna, rejeitam a legitimidade da República alemã moderna e defendem a vigência do Reich anterior à Primeira Guerra Mundial, em forma de monarquia.
Vários seguidores do movimento chegaram a criar miniestados.
O novo governo da Alemanha, liderado pelo conservador Friedrich Merz, enfrenta o avanço das ideologias extremistas de direita.
O partido de extrema direita Alternativa para Alemanha (AfD) é a primeira força de oposição no Bundestag, após obter uma votação recorde nas eleições legislativas de 23 de fevereiro.
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