Além de pai traficante, tio de Oruam foi o assassino de jornalista da Globo

O rapper é filho de Marcinho VP, líder do Comando Vermelho, e sobrinho de Elias Maluco, também integrante do CV

Oruam
Oruam Foto: Instagram

Na tarde desta quinta-feira, 20, o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido na mídia como Oruam, foi detido no Rio de Janeiro e levado para a delegacia. Ele foi abordado por policiais militares na orla da Barra da Tijuca, na zona oeste da capital.

Oruam teria realizado uma manobra com o carro, conhecida como “cavalo de pau”, para fugir pela contramão de uma abordagem policial, mas acabou sendo detido por agentes da PM.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o cantor sendo abordado pelos policiais e sendo colocado dentro de uma viatura. Em outras imagens, é possível ver populares se aglomerando ao redor da viatura, enquanto os policiais utilizam spray de pimenta para dispersar a multidão.

Veja abaixo a foto da prisão do rapper:

Oruam foi preso no Rio

Filho de Marcinho VP e polêmica no Lollapalooza

Oruam, de 23 anos, é filho de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, que foi preso em 1996, aos 26 anos, por crimes como homicídio qualificado, formação de quadrilha e tráfico de drogas.

Marcinho VP foi condenado a 44 anos de prisão e está detido em um presídio de segurança máxima no Paraná. Mesmo assim, ele ainda é apontado como o atual líder do Comando Vermelho no Rio de Janeiro.

Oruam foi uma das atrações do Lollapalooza 2024 e causou polêmica ao subir no palco com uma camiseta estampada com o rosto de Marcinho VP, pedindo pela liberdade de seu pai. Na ocasião, o rapper recebeu inúmeras críticas por seu posicionamento e se pronunciou em suas redes sociais.

“Meu pai errou, mas está pagando pelos seus erros e com sobra. Só queria que ele pudesse cumprir uma pena digna e saísse de cabeça erguida”, disse Oruam em nota publicada no Instagram.

Quem é Marcinho VP, pai de Oruam exibido em camiseta pelo rapper durante show no Lollapalooza

Tio assassino de Tim Lopes

O traficante carioca Elias Maluco, que foi integrante do Comando Vermelho (CV) e chefe do crime no Complexo do Alemão, estampou a capa de todos os jornais brasileiros por cometer um crime brutal e macabro em junho de 2002.

Com a ajuda de por comparsas, Elias capturou, torturou e matou o repórter Tim Lopes, da Rede Globo, que produzia uma matéria na região. Lopes investigava um baile funk, realizado na Vila Cruzeiro, onde o comércio de drogas rolava solto e garotas menores de idade participavam de shows de sexo explícito.

Após levar o jornalista para a favela da Grota, principal reduto de Elias, os quatro criminosos iniciaram um ritual digno dos piores filmes de terror.

Primeiro atiraram no pé de Lopes, para evitar que ele se movimentasse ou tentasse fugir. Em seguida, queimaram seus olhos com brasa de cigarro. E, usando uma espada no estilo samurai, o próprio líder do grupo desferiu um golpe quase fatal, que o cortou do tórax até o umbigo.

Ainda vivo, Lopes teve os braços e pernas decepados. Por fim, foi colocado em uma pilha de pneus, coberto de gasolina e queimado (num processo chamado pelos bandidos de “micro-ondas”).

Tatuagem em homenagem ao tio

Após 20 anos, Oruam, que tem o rosto de seu pai, Marcinho VP, tatuado em seu corpo, também fez a mesma homenagem ao tio de consideração.

Elias Maluco foi encontrado enforcado em uma cela da Penitenciária Federal de Catanduvas (PR), onde cumpria pena de 28 anos pela morte de Lopes (e mais dez por lavagem de dinheiro).

A barbaridade de Elias Maluco, traficante condenado pela morte do jornalista Tim LopesElias Maluco – Reprodução

Vinte anos da morte de Tim Lopes: jornalistas lamentam fragilidade da profissão - LatAm Journalism Review by the Knight CenterTim Lopes – Reprodução