A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado, que vive escondida, ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2025 nesta sexta-feira, 10. A ex-parlamentar foi premiada “por seu incansável trabalho de promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela, e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”, anunciou o presidente do comitê, Jørgen Watne Frydnes, presidente do comitê norueguês do Nobel.
No último ano, Maria Corina Machado foi forçada a viver escondida. Apesar das sérias ameaças à sua vida, ela permaneceu no país, uma escolha que inspirou milhões. “Quando os autoritários tomam o poder, é crucial reconhecer os corajosos defensores da liberdade que se levantam e resistem”, disse o comitê em sua citação.
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O Prêmio Nobel da Paz é o único dos prêmios Nobel anuais a ser concedido em Oslo, Noruega. Especialistas afirmam que o comitê normalmente se concentra na durabilidade da paz, na promoção da fraternidade internacional e no trabalho silencioso de instituições que fortalecem esses objetivos. Veja a seguir a lista dos últimos 15 vencedores do Prêmio Nobel da Paz.
– 2024: A organização japonesa Nihon Hidankyo foi escolhida “por seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar, por meio de testemunhas, que as armas nucleares nunca mais devem ser usadas”.
– 2023: A ativista iraniana Narges Mohammadi ganhou por “sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos”.
– 2022: O ativista bielorusso Ales Bialiatski e as organizações de direitos humanos Memorial, da Rússia, e Centro pelas Liberdades Civis, da Ucrânia, porque “representam a sociedade civil em seus países. Há muitos anos eles promovem o direito de criticar o poder e proteger os direitos fundamentais dos cidadãos”.
– 2021: Os jornalistas Maria Ressa (Filipinas) e Dimitri Muratov (Rússia), “por seus esforços para proteger a liberdade de expressão, que é uma condição prévia para a democracia e a paz duradoura”.
– 2020: Programa Mundial de Alimentos (PMA), da ONU, por “seus esforços na luta contra a fome, sua contribuição para melhorar as condições de paz nas zonas de conflito e por ter impulsionado os esforços para não transformar a fome em uma arma de guerra”.
– 2019: Abiy Ahmed, primeiro-ministro da Etiópia, pela reconciliação entre seu país e a Eritreia.
– 2018: O ginecologista Denis Mukwege (República Democrática do Congo) e a yazidi Nadia Murad por seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra.
– 2017: Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares (ICAN) por seus esforços para acabar com este tipo de armamento.
– 2016: Juan Manuel Santos por seus esforços para acabar com meio século de guerra interna na Colômbia.
– 2015: Quarteto para o Diálogo Nacional na Tunísia, composto por figuras da sociedade civil, por salvar a transição democrática na Tunísia.
– 2014: A paquistanesa Malala Yousafzai e o indiano Kailash Satyarthi por seu combate à opressão contra crianças e jovens e a defesa da educação para todos os menores.
– 2013: Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) por seus esforços visando livrar o planeta das armas de destruição em massa.
– 2012: União Europeia (UE) pelo projeto que contribuiu para pacificar um continente devastado por duas guerras mundiais.
– 2011: As liberianas Ellen Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee e a iemenita Tawakkol Karman por sua luta pela segurança das mulheres e por seu direito de participar do processo de paz.
– 2010: O dissidente chinês preso Liu Xiaobo por seus esforços persistentes e pacíficos em favor dos direitos humanos na China.