08/07/2022 - 11:33
Na manhã desta sexta-feira (08), o programa “Encontro”, da TV Globo, repercutiu o relato de Anitta, que revelou ter sido diagnosticada com endometriose. Ao comentar sobre a saúde da cantora, Patrícia Poeta e a jornalista Michelle Loreto também contatam que sofrem com a doença.
“Em cada mulher a endometriose dá de um jeito, eu tive, gente, operei há quase 20 anos e fico sempre de olho porque eu sofri muito. Eu tinha dor de trabalhar, estar entrevistando, e de repente eu caía”, contou Michelle na atração.
“Eu descobri recentemente que eu tenho endometriose, não operei ainda. Às vezes a gente tem essa dor, às vezes não se manifesta tanto. Levei 40 anos para descobrir que tem endometriose. Foi o meu caso”, revelou Patrícia Poeta.
Uma a cada 10 mulheres sofre com os sintomas de endometriose, segundo o Ministério da Saúde, mas nem todas têm conhecimento sobre a condição e suas consequências.
À IstoÉ, Mauricio Abrão, ginecologista, professor da FMUSP e presidente da Associação Americana de Ginecologia Laparoscópica (AAGL), explica que a doença é caracterizada pelo implante de um tecido que reveste a cavidade do útero, chamado endométrio, fora do órgão.
Conforme o médico, toda mulher em idade fértil está sujeita à endometriose, condição que pode ter relação com o estresse, alterações hormonais e imunidade. “Podemos incluir ainda a mulher que não engravidou, teve menarca (primeira menstruação) precoce, tem alto fluxo menstrual e até mesmo aquelas com histórico familiar”, completa.
Os sintomas da endometriose podem variar. Os mais comuns são: dores pélvicas severas, intensificadas antes ou durante o período menstrual, evacuação ou micção, e nas relações sexuais.
“É a principal causa de dor pélvica e de absenteísmo na mulher. Também é a principal causa da infertilidade feminina”, destaca Abrão. Ainda de acordo com ele, as consequências também incluem conviver com dores intensas, fator que reflete na qualidade de vida.
A doença tem diferentes graus e pode se espalhar, “podendo se infiltrar em outros órgãos e causar aderências, o que pode levar a cirurgias na bexiga, intestino, ovários, entre outros”, segundo o especialista.