RECUO A reforma da Previdência agora é uma questão política
RECUO A reforma da Previdência agora é uma questão política

Michel Temer se convenceu de que passar a Reforma da Previdência virou questão política. Caso não seja aprovada, a derrota pode lascar seu maior troféu, que é o apoio majoritário no Congresso. Para o governante que não possui aprovação popular, contar com os votos dos parlamentares é fundamental. Sem a maioria das Casas, ele dá sinais perigosos de enfraquecimento político e, nesses casos, a cassação da chapa Dilma-Temer é uma carta na manga de adversários se ele ficar irremediavelmente isolado. No posto de articulador político de seu governo, desde a semana passada Temer passou a chamar deputados, sem o uso de intermediários, e a questionar “o que é possível aprovar?”. Por isso, resolveu anunciar na quinta-feira 6 que mudará pontos importantes do texto.

No limite

Pessoas próximas a Henrique Meirelles dizem que o titular da Fazenda está incomodado com a velocidade que Temer está cedendo em pontos importantes da Reforma da Previdência aos parlamentares. O ministro disse a interlocutores que
seu limite pessoal seria o respeito à espinha dorsal do projeto: 65 anos de idade mínima e regras de transição.

Bye, Brasil

Com a operação Lava Jato no encalço e temas como anistia ao caixa 2 e fim do foro privilegiado, a equipe econômica teme que essa pauta previdenciária deixe de ser prioridade nas votações. Mesmo com o recuo de Temer, parlamentares ouvidos pela coluna disseram que não aceitarão menos do que mudanças na idade e na transição.

Versões pelo mundo

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Dilma Rousseff está curtindo a vida de ex-presidente viajando pelo mundo. Depois de rodar Espanha, Itália e França, a convite para falar em seminários,  agora está nos Estados Unidos. Na foto, a petista voa na classe executiva da American Airlines, na noite da quinta-feira 6. Participa de evento nas Universidade de Harvard e MIT. Por lá, encontrará o juiz Sergio Moro e o presidente do TSE, Gilmar Mendes.

Rápidas

* Na semana passada, a coluna publicou a história do auditor do Tribunal de Contas da União, presidente da associação Auditar, Paulo Wanderson Martins. Ele premiou o juiz Sergio Moro por sua iniciativa no combate à corrupção. Martins é réu em ação penal por peculato.

Após a publicação, o servidor foi exonerado do cargo de confiança da chefia de gabinete do procurador do TCU Rodrigo Medeiros Lima. Segundo o Diário Oficial, saiu “a pedido”.

* Fez aniversário de 20 anos a lei que manda criar um “RG Nacional” para todos os brasileiros, com um número único válido em todo o país, a exemplo do CPF. Porém, a lei 9.454/97 nunca saiu do papel.

* Hoje, qualquer pessoa pode ter 27 carteiras de identidades diferentes, uma para cada estado. Um terror para as polícias e um paraíso para os falsificadores. Até lá, o Registro de Identidade Civil (RIC) será mais uma sigla nos escaninhos do governo federal.

Retrato falado

“Quem vai botar o dedinho lá é a gente”
“Quem vai botar o dedinho lá é a gente”

A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), unha e carne com Renan Calheiros (PMDB-AL) desde que ele começou a criticar o governo de Michel Temer, não quer que o presidente faça história com o chapéu alheio. “Ele prometeu entregar ao mercado a Reforma da Previdência sem combinar com a gente, parlamentar. Só que quem vai botar o dedinho lá é a gente”, disse em referência ao voto em plenário. E destaca que, ao contrário da maioria dos congressistas, o presidente não enfrentará as urnas no ano que vem.

Tiros no Congresso

O agente da Polícia Legislativa Carlos Eugenio Mendes foi traído pelo seu revólver. Na tarde de terça-feira 21, ele manuseava uma Glock na sala da Coordenação de Apoio Logístico (Colog), que fica no 2º andar da Câmara, quando a pistola disparou. Por sorte, havia um cofre que impediu que o projétil atingisse o colega Alexandre que estava perto. Houve correria no corredor
de acesso ao departamento. Mas o caso está abafado. Por enquanto, nem as imagens do circuito de tevê que podem ter captado o estampido foram disponibilizadas. Mendes é nada menos que diretor dos instrutores de tiro da Polícia Legislativa.


Toma lá dá cá

Senador Paulo Bauer (PSDB-SC), líder do PSDB
Senador Paulo Bauer (PSDB-SC), líder do PSDB

O senhor é autor de um Projeto de Lei Complementar que quer acabar com a influência política nos fundos de pensão. De que forma?
O projeto vai modernizar essa questão acabando com a interferência política, fazendo com que os dirigentes sejam escolhidos de maneira profissional, no mercado. Ficará vedada a presença de dirigentes partidários, havendo uma quarentena de dois anos.

Em que fase está esse projeto no Congresso?
Foi analisado e aprovado o relatório do senador Aécio Neves pelo Plenário do Senado, e então enviado para a Câmara dos Deputados no início de abril do ano passado. Na Câmara, está hoje no Plenário pronto para votação em regime de urgência.

Qual é o rombo dos fundos de pensão?
Beirou os R$ 60 bilhões em 2016 nos fundos estatais. A gestão era política e não técnica. Por isso, esse resultado. O rombo traz hoje prejuízos aos seus beneficiários e aos empregados dessas estatais, principalmente na Postalis (Correios) e no Petros. Os recursos foram investidos em títulos da Venezuela e da Argentina, por exemplo, sem segurança ou garantia, resultando na descapitalização dos fundos.

Vitória…

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O advogado de Dilma, Flávio Caetano (foto), acredita que seu pedido para ouvir mais testemunhas foi uma vitória, pois provou que havia restrição ao direito de defesa. O advogado pediu para que o ex-ministro Guido Mantega fosse ouvido a fim de rebater as acusações de Marcelo Odebrecht. E insiste que a delação de João Santana não incriminará a campanha.

…ou derrota?

Para o time de Michel Temer, a estratégia do PT também foi boa para o PMDB. Ao pedirem mais depoimentos, os petistas abriram flanco para a chegada da delação de João Santana. “Se houver algo entre Dilma e Santana, isso reforçará que Temer não esteve com o marqueteiro, não tinha relação, não contratou, não pagou…”, analisa uma fonte ligada ao presidente.

Lixeira

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O STJ arquivou, na quinta-feira 6, três investigações contra o governador de Goiás, Marconi Perillo. estavam baseadas em grampos telefônicos do ex-senador Demóstenes Torres, na operação que investigou Carlinhos Cachoeira, com provas anuladas pelo STF. Em outra frente, foi denunciado por receber R$ 90 mil.



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