Um dia depois de se tornar réu acusado de participar de um esquema de manipulação de partidas, o atacante Alef Manga foi emprestado pelo Coritiba ao Pafos, do Chipre. Conforme anunciado pelo clube paranaense, os dois lados entraram em um acordo para que o atleta de 28 anos permaneça no time europeu até 30 junho de 2024.
Alef Manga é o principal nome da última lista de envolvidos com o esquema de apostas divulgada pelo Ministério Público de Goiás. O atacante chegou a ter seu nome citado em conversas anexadas no inquérito da segunda fase da Operação Penalidade Máxima, em maio. À época, o Coritiba chegou a afastá-lo das atividades, mas o reintegrou no mês seguinte.
As investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apontam que Alef Manga fez acordo com apostadores para receber R$ 50 mil em troca de levar um cartão amarelo na partida contra o América-MG, pela 25ª rodada do Brasileirão de do ano passado, disputada no dia 3 de setembro. Segundo o MP, o atacante ganhou R$ 5 mil antecipadamente e o restante dias depois do jogo.
Diego Porfírio, ex-colega de Manga no Coritiba, foi quem indicou o atacante para o grupo de apostadores. Áudios e mensagens de WhatsApp entre os dois, aos quais o Estadão teve acesso, mostram Manga reclamando com Porfírio da demora em receber o resto do dinheiro depois de cumprir o que havia sido combinado com os apostadores. A defesa do jogador informou que recebeu a denúncia de forma tranquila e que irá estudar minuciosamente o caso.
Dadá Belmonte, Igor Cariús, Jesus Trindade, Pedrinho, Sidcley e Thonny Anderson são os outros jogadores que se tornaram réus nesta nova fase. No caso de Cariús, houve uma reviravolta. O atleta do Sport chegou a ser julgado e absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), mas o juiz Alessandro Pereira Pacheco entendeu que a nova denúncia apresentada pelo MP não é “mero desdobramento” da última fase da Operação e por isso o jogador se tornou réu.