Alcolumbre e Motta citam Lei da Reciprocidade em reação a tarifas de Trump

Mário Agra/Câmara dos Deputados; Saulo Cruz/Agência Senado
Hugo Motta e Davi Alcolumbre, presidentes da Câmara e do Senado Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados; Saulo Cruz/Agência Senado

Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmaram em nota conjunta que o Brasil deve responder com “diálogo nos campos diplomático e comercial” à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de sobretaxar em 50% todos os produtos brasileiros exportados ao país.

“O Congresso Nacional acompanhará de perto os desdobramentos. Com muita responsabilidade, este Parlamento aprovou a Lei da Reciprocidade Econômica. Um mecanismo que dá condições ao nosso país, ao nosso povo, de proteger a nossa soberania“, concluiu o comunicado, publicado nas redes sociais de ambos.

Alcolumbre e Motta entram em crise

A manifestação ocorre em meio a um conflito político entre os governos brasileiro e americano em torno das tarifas, que valerão a partir de 1º de agosto e podem gerar cortes drásticos nas exportações brasileiras.

Na carta em que anunciou as taxas, Trump disse que Jair Bolsonaro (PL), réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado, sofre uma “caça às bruxas” pelo Judiciário brasileiro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou a carta de “absurda”, prometeu recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio) para contestar a decisão do republicano e aplicar a mesma Lei da Reciprocidade mencionada pelos chefes do Congresso. “Se ele cobrar 50% da gente, a gente vai cobrar 50% dele“.

Nas redes sociais, políticos de oposição, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, culparam Lula pela medida, enquanto o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), comemorou o tarifaço.

Governistas, por sua vez, buscaram associar o potencial danoso do episódio para a economia brasileira ao ex-presidente. “Eles [Bolsonaro e aliados] tinham Lula e Alexandre de Moraes como alvo, mas atingiram o povo brasileiro em cheio. Querem destruir nossa economia e nossos empregos”, disse Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da bancada petista na Câmara.