O governador Geraldo Alckmin (PSDB) vai estrear hoje no horário eleitoral da TV com um jogral ao lado do seu candidato, o também tucano João Doria, no qual será exaltada a “parceria” entre o governo estadual e a Prefeitura em uma eventual gestão tucana na capital.

Adversária direta de Doria na disputa por uma vaga no segundo turno, a senadora Marta Suplicy (PMDB) entrará na linha de tiro, mas só nas duas últimas semanas da campanha. Hoje, quem ocupará quase todo o tempo do programa, de cerca de três minutos, será Alckmin. O governador, no entanto, não irá aparecer nas inserções comerciais ao longo do dia.

“Não dá para ter descompasso entre o que faz o governo municipal, estadual e o federal. Todos têm que atuar em conjunto, em diversas áreas”, diz Doria. “Parceria é a palavra certa, João. Governo estadual e prefeitura podem unir esforços, integrar informações”, completa o governador na peça que vai ar.

Em seguida, o comercial vai mostrar uma sequência de propostas de parceria entre os dois poderes. “Na saúde nós vamos conectar a rede de atendimento da Prefeitura com as do governo do Estado, com as UBS. Na educação vamos oferecer cursos pela Univesp, a primeira universidade virtual pública do Estado. O aluno sairá com diploma da USP. Na segurança, vamos atuar lado a lado e integrar informações da Guarda Civil com a Polícia Militar”.

As pesquisas internas do PSDB mostram que apenas 30% dos eleitores que dizem gostar de Doria votam no tucano, sendo que os demais preferem o candidato do PRB, Celso Russomanno.

A campanha, no entanto, diz que usará a imagem de Alckmin com moderação, apenas para exaltar a “parceria” entre os dois. O problema é que Alckmin, hoje, tem uma alta rejeição entre os eleitores da capital.

Pesquisa

A campanha de Doria já previa o crescimento registrado na pesquisa Datafolha divulgada ontem e uma eventual polarização com Marta na disputa pela segunda vaga no segundo turno.

A primeira, preveem as campanhas, já está praticamente assegurada para Russomanno. Um comercial para desconstruir a senadora peemedebista chegou a ser gravado tendo como mote o passado de Marta no PT, mas ainda não foi exibido.

A ideia é explorar que ela saiu do PT, mas o PT não saiu dela. A decisão, porém, foi guardar o material para a reta final do primeiro turno para evitar o desgaste natural de quem assume a ofensiva.

Marta

A campanha de Marta também já previa o crescimento de Doria e faz a mesma análise do concorrente. A senadora também está estocando “munição” para um virtual embate com Doria nas últimas semanas, mas deve evitar, por ora, esse embate no horário eleitoral na TV. A estratégia de ambos deve ficar clara nos próximos debates.

A campanha de Doria pretende poupar o líder das pesquisas, Celso Russomanno, por avaliar que ele está com a vaga garantida no segundo turno. A ofensiva “antipetista” do candidato tucano, por sua vez, deve ser reduzida.

O objeto das críticas será mais a gestão de Haddad do que o partido. A avaliação é que a primeira fase “já cumpriu o papel” de firmar Doria no campo antipetista, antes dominado amplamente por Russomanno, que caiu na última pesquisa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.