Presidente nacional do PSDB e candidato tucano derrotado nas eleições presidenciais do ano passado, Geraldo Alckmin disse neste domingo, 05, se opor a uma eventual mudança de nome do partido, possibilidade estudada pelo atual governador de São Paulo, João Doria. “Hoje nós vivemos rodízios, hoje está na moda mudar de nome, como se nome tornasse um partido melhor ou pior, nos trouxesse alguma virtude, ou, de outro lado, perdoasse algum erro”, declarou, em seu discurso na convenção que sagrou Marco Vinholi, aliado de Doria, como o presidente do diretório paulista do PSDB.

“É acessório. Nós temos e que fortalecer aquilo que fez a origem, o nascimento do PSDB, que é a social-democracia. Democracia que começa dentro de casa, que é saber ouvir e dialogar. Hoje a gente vê no Brasil o clima de ódio. É o PT de ponta-cabeça”, defendeu. O ex-governador deixará a presidência do PSDB no final do mês, quando deve ser sucedido pelo ex-deputado Bruno Araújo (PE).

Em abril, Doria disse que encomendou uma pesquisa para avaliar, entre outras coisas, a possibilidade de uma mudança no nome. Na convenção deste domingo, o governador voltou a defender que o partido estude a mudança de nome.

“Vamos fazer uma pesquisa. Ao invés de achar, vamos pesquisar. E quem vai emitir a opinião sobre o nome do partido vai ser a população”, disse à imprensa. “Eu defendo que devemos fazer a pesquisa”, concluiu. Segundo ele, o levantamento também vai definir “posturas” do partido.

Aliados

Além de Vinholi e de Bruno Araujo, diversos aliados de Doria têm subido a posições importantes do PSDB. O governador conta com o apoio de Fernando Alfredo, que assumiu mês passado como presidente do diretório paulistano; Bruno Covas, prefeito de São Paulo e Cauê Macris, presidente da Assembleia Legislativa do Estado, entre outros.

Quando perguntado que espaço Alckmin, um dos fundadores do PSDB, terá na legenda a partir do mês de junho, os aliados de Doria afirmam que Alckmin é um membro partidário importante. “Geraldo é um quadro fundamental para a gente”, disse Vinholi ao ‘Estado’. O ex-governador não terá, no entanto, nenhum cargo.

Planície

Ao lembrar que vai deixar a presidência do PSDB no final do mês, Alckmin deu a entender que vai estar menos envolvido com a política.

“Volto para a planície. Vou ser um militante igual a todos vocês. Batendo forte no peito as crenças que me fizeram 45 anos atrás ingressar na vida pública”, afirmou no discurso. “Mas não vamos nos ver tanto, eu vou ter que me dedicar mais à medicina e ao magistério”, completou.