O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), manifestou nesta segunda-feira, 29, o seu apoio à conclusão do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, e ressaltou a expectativa de que as medidas de ajuste fiscal sejam aceleradas a partir da confirmação do governo interino de Michel Temer.

“O impeachment consolida o processo democrático e abre perspectivas para o País. Ele vira a página para, rapidamente, se fazer reformas e ganhar confiança”, afirmou Alckmin, durante entrevista a jornalistas, após participar de abertura de um evento que reúne empresários do mercado imobiliário, na sede do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) – única instituição do setor que expôs apoio ao processo de impeachment publicamente, no começo deste ano.

“O governo Temer cumpriu bem essa etapa de transição. Agora, terá que acelerar medidas para o País ter política fiscal adequada, reduzir juros e retomar o crescimento”, acrescentou. Mais cedo, durante um breve discurso na abertura do evento, o governador disse acreditar na possibilidade de redução da Selic a partir do próximo mês. “Com uma política fiscal mais firme e a implementação de reformas estruturantes, a partir de setembro haverá condições para redução da taxa de juros”, citou. Ele observou ainda que o País enfrentou elevação da taxa de juros reais, uma situação decorrente da queda da inflação e manutenção da Selic.

Durante a entrevista coletiva, Alckmin também rebateu as declarações feitas por Dilma no Senado de que o processo é um golpe de Estado. “Não concordo, de jeito nenhum, de que o impeachment é um golpe”, afirmou, lembrando que, no modelo presidencialista, o mandato só pode ser interrompido por meio desse processo.