Os apresentadores do Jornal Nacional, da TV Globo, não deixaram o candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, respirar nos primeiros quinze minutos, dos 27 minutos, da sabatina com presidenciáveis que a emissora vem promovendo desde segunda-feira. Willian Bonner foi para cima de Alckmin com perguntas sobre ética e corrupção, desvios nas obras no Rodoanel, no Metrô, o envolvimento de Aécio com corrupção e outras coisas mais. Alckmin se mostrou acuado, nervoso, quase suando frio.

O que mais irritou o tucano, tido como frio e de paciência inabalável, foi o envolvimento de seu cunhado, Adhemar Ribeiro, com a captação de recursos de caixa dois para as suas campanhas de 2010 e 2014. Alckmin negou que tenha havido corrupção e disse que seus familiares não participaram de seus governos e que sua mulher, Lu, só participou como voluntária, sem receber um centavo.

Mas a coisa esquentou mesmo quando Bonner perguntou sobre Aécio Neves, chamando-o de “elemento”, contrastando com todo o carinho que a Globo já dedicou ao senador mineiro, inclusive apoiando sua candidatura a presidente em 2014 contra Dilma. Bonner queria saber por que Alckmin, na condição de presidente nacional do PSDB, ainda não expulsou Aécio do partido. Alckmin, impaciente, disse que o senador mineiro ainda não foi condenado e que ele foi punido sim, sendo afastado da presidência do PSDB.

Quanto a Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas pelo PSDB, e que está preso por corrupção, Alckmin disse que ele praticamente não faz mais parte do partido, sem participar das atividades do PSDB há 20 anos. Quanto à Lawrence Casagrande, ex-presidente da Dersa, acusado de superfaturar obras do Rodoanel, Alckmin voltou a se inflamar, defendendo-o com unhas e dentes. Pôs a mão no fogo por ele, dizendo que Casagrande é inocente e que ele leva uma vida simples, pobre, que não roubou. “E se ficar provado depois que roubou, como o senhor fica?”, perguntou Bonner. Antecipando qualquer veredito da Justiça, Alckmin disse que ele é inocente. E sobre Paulo de Souza, o Paulo Preto, outro tucano acusado de desviar R$ 113 milhões do Rodoanel, enviando o dinheiro para a Suíça, Alckmin suspirou. Disse que esse não era problema seu, pois quando chegou ao governo, sucedendo José Serra, o Paulo Preto já não estava mais no governo.

Paulo Preto é problema do Serra, que está escondido na atual campanha. No geral, Alckmin teve pouco tempo para falar de suas propostas, que, aliás, são boas e podem tirar o Brasil da crise. “O Brasil tem pressa”, disse Alckmin, prometendo fazer as reformas que vão tirar o País da crise. Agora, resta saber se Alckmin ganhou ou perdeu votos com essa ida ao JN. Afinal, tem um mês para decolar.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias