Nasser Al-Khelaifi, dono do grupo de televisão beIN Media e do Paris Saint-Germain, será julgado na Suíça em setembro, por um caso de corrupção ligado à concessão de direitos televisivos da Copa do Mundo, anunciou nesta terça-feira a Justiça suíça.

O presidente do PSG será julgado em 14 de setembro junto com o francês Jérôme Valcke, ex-secretário geral da Fifa e uma terceira pessoa, cujo nome não foi divulgado.

Essas três pessoas são acusadas de gestão desleal múltipla, falsificação de documentos e corrupção passiva.

Segundo a justiça suíça, Al-Khelaifi concordou em beneficiar Valcke em troca dos direitos televisivos das Copas do Mundo de 2026 e 2030.

Braço direito do ex-presidente da Fifa, Sepp Blatter, Valcke teria desfrutado em troca do uso de uma propriedade de luxo na Sardenha, na Itália.

A acusação censura o líder do Catar e o terceiro acusado, um empresário da área dos direitos televisivos, por instigar uma administração desleal de Valcke.

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Al-Khelaifi teria entregue três pagamentos ao ex-número 2 da Fifa no valor total de 1,25 milhão de euros. Em troca, o dirigente francês deveria garantir que a empresa MP & Silva LTD obtivesse os direitos televisivos na Itália para as Copas do Mundo de 2018 e 2022.

– Recursos negados –

A justiça suíça informou na semana passada a rejeição de três recursos apresentados por Al-Khelaifi, acusado em fevereiro, contra três membros do Ministério Público (MPC, promotoria federal) que supostamente não permitiram ao dirigente expor todas as suas alegações na audiência de 6 de dezembro de 2019.

Por seu lado, Valcke já foi suspenso, por um período de 12 anos reduzido a 10 pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) e pela Fifa devido a outros atos de corrupção, relacionados à revenda de ingressos para a Copa do Mundo de 2014.

Ele também é acusado de ter viajado em aviões particulares pagos pela Fifa.

Um primeiro processo no caso da Fifa acaba de ser encerrado sem julgamento.

Iniciado em 9 de março em Bellinzone, essa ação na Suíça contra três ex-dirigentes alemães suspeitos de comprar votos para obter o direito de sediar a Copa do Mundo de 2006 para a Alemanha foi suspensa devido à pandemia de coronavírus.

Segundo a imprensa suíça, o julgamento não será realizado devido à prescrição dos supostos crimes. Apesar de questionado na segunda-feira pela AFP, o tribunal criminal federal não quis confirmar as informações, prometendo comunicar “no devido tempo” como está a situação desse processo.

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